O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta terça=feira (20), será marcado por um encontro especial no próximo dia 30 (sexta-feira), a partir das 9h, na sede da Secretaria de Educação. O evento, voltado para reflexões e debates dos educadores e demais profissionais da rede municipal de ensino, tem a finalidade de resgatar, valorizar a cultura afro-brasileira e saber mais sobre a história de Macaé desde os tempos da escravidão.
A intenção é evidenciar o trabalho, preocupação e avanços referentes à Lei 10.639/2003, que tornou obrigatória a inclusão do ensino sobre a Cultura Africana e Afrobrasileira. A programação vai acontecer em dois turnos. Das 9h às 12h, os debatedores Jorge Lúís Rodrigues, pós-graduado no curso Diáspora Africana, o professor e coordenador do programa Cultura-Afro da rede municipal de ensino, Jorge Benzê, a professora e doutora em Licenciatura Africanas Sônia Santos, além da também pós-graduada em Diáspora Africana, Conceição de Maria Alves, vão mediar e debater assuntos com os participantes e o que acontece no município e região mediante à lei.
Já no decorrer da tarde, das 13h às 17h, o historiador Marcelo Abreu, que coordena a disciplina de História na rede municipal de ensino, além dos historiadores da Subsecretaria de Acervo Histórico, Gisele Santos e Conceição Franco, vão abordar a temática a “Importância e apresentação do professor pesquisador sobre a cultura regional de Macaé”. A intenção da Secretaria de Educação é evidenciar ainda mais a trajetória e a história do município diante da cultura afro.
Além deste encontro, escolas municipais também realizarão, paralelamente, atividades voltadas à data. Para o secretário de Educação, José Augusto Abreu Aguiar, a pasta tem um papel fundamental na disseminação da cultura Africana e Afrobrasileira: “A proposta da Secretaria é focar na questão da identidade e diversidade de todos os alunos da rede municipal de ensino”, ressalta o secretário.
Para a subsecretária, Cláudia Márcia Alves, o encontro será de suma importância não só para os profissionais da rede municipal, mas para toda a comunidade escolar: “Todos estão convidados a participar. Os assuntos que serão abordados são essenciais para se trabalhar não apenas na sala de aula, mas nas casas e associações de moradores”, diz.
O trabalho voltado para a lei 10.639/2003 são amplos e diversificados: “Entre os exemplos, estão escolas como Maria Isabel Damasceno Simão, Coquinho e Engenho da Praia, que se destacam com feiras e oficinas com a finalidade de mobilizar os estudantes com atividades, que e visam enaltecer a história, cultura, tradições e ações que são executadas até hoje com a proposta de resgatar e valorizar a cultura”, pontua Cláudia Márcia.
A subsecretária lembra ainda que para intensificar as ações do Programa de Cultura Afro da rede municipal de ensino, são executadas visitas técnicas que levam, aos profissionais da Educação, estudos e levantamentos sobre o funcionamento das bibliotecas e o conteúdo dos acervos nos horários de atividades dos professores: “A proposta é inserir ou ampliar o número de materiais didáticos, como livros e recursos audiovisuais voltados para africanidade nas bibliotecas e salas de leitura para melhorar o processo ensino-aprendizagem ligado à identidade e diversidade. O bairro da Aroeira por exemplo, é um dos que contam com o maior número de negros no município desde o período da escravidão e foi de suma importância para a manifestação cultural do jongo”, pontuou a subsecretária.
Zumbi dos Palmares – Para o resgate da contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política, a data alusiva a 20 de novembro de 1695, em que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, foi escolhida para conscientização e reflexões. Zumbi liderou uma resistência que culminou com o início da destruição do quilombo Palmares. E o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1534).