O programa DST/ Aids da secretaria especial de saúde realiza, durante esta terça-feira (1), a oficina educativa sobre a redução de álcool e outras substâncias com o consultor de recursos humanos Domiciano Siqueira. O encontro acontece na Associação Médica de Macaé, na Imbetiba. O objetivo da oficina é a construção de uma política com os Programas Saúde da Família (PSF) e outros serviços de saúde, para que estes possam incluir usuários de drogas que buscam um tratamento, que diminua assim os impactos prejudiciais do uso abusivo de substâncias ilícitas.
- O uso de álcool acarreta vários problemas, como acidentes de trânsito, violência doméstica e outros agravos, que podem ser minimizados com esta estratégia relacionada à redução de danos. Este tipo de trabalho deve ser realizado nas próprias comunidades, envolvendo toda a sociedade, incluindo os donos de estabelecimentos de bebidas. Um fator bastante favorável para a redução do uso de drogas e substâncias é que o PSF realiza um trabalho de visita domiciliar dos agentes de saúde, o que favorece a inclusão dessas pessoas, que às vezes estão fora do programa de saúde, como cidadãos com direitos, e receber o devido cuidado – destacou a diretora técnica do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e da prevenção do programa, Julia Christina Pereira.
A coordenadora ressaltou também a questão da relação do uso de drogas com a infecção de HIV/ Aids. “A redução de danos se entende quando um usuário, por exemplo, substitui a cocaína injetável pela inalada. Assim, você tem uma redução de infecções como hepatite e sífilis. A redução de danos, que busca reduzir os danos causados a um usuário de drogas, é também uma estratégia para diminuir os problemas relacionados à saúde, como a desnutrição no uso de álcool”, completou.
Segundo a secretaria Estadual de Saúde, no estado do Rio, desde a epidemia da Aids até julho de 2006, foram notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), da secretaria, 52,839 mil casos de Aids em residentes no estado, sendo a maioria dos casos em usuários de drogas injetáveis em maiores de 13 anos de idade.
Domiciano Siqueira, além de consultor, fundou a Associação Brasileira de Redutores de Danos (ABORDA), com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde. Siqueira também lançou o livro “Maldito Cidadão”, que fala sobre a sociedade com drogas. Durante o dia, o palestrante falou sobre a importância e a diversidade da mulher ao longo da história.
- As mulheres, antigamente, amamentavam na esquerda, e a mama direita não se desenvolvia por causa do uso do arco e flecha. Isso mostra que eram elas que buscavam a comida. O homem era insignificante na época, servia apenas para procriar, mas isso era omitido. A mulher falava que engravidava pela lua, por isso a famosa tabelinha da lua. Com o aparecimento da agricultura, a mulher sofreu o primeiro impacto. Com o passar do tempo, perdeu sua importância e, nos dias de hoje, mudou de papel”, disse Domiciano, ao ressaltar a ligação da evolução do mundo com a importância da mulher.