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Refinaria: Projeto de porto em Macaé engrossa vantagem do Norte do Rio

20/10/2005 18:01:28 - Jornalista: Janira Braga

O projeto para a construção de um novo porto em Macaé engrossa as vantagens do Norte Fluminense para receber o pólo petroquímico que a Petrobras vai construir no Estado. A afirmação é do prefeito Riverton Mussi, que participou na quarta-feira (19), junto com prefeitos da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), de uma reunião com o coordenador de projetos petroquímicos da empresa, Victor Pais e com o chefe de gabinete da presidência da estatal, Armando Trípodi, sobre o complexo petroquímico. A reunião aconteceu na sede da Petrobras, no Centro do Rio.

- Macaé já possui um porto operado pela Petrobras e temos o projeto para a construção de um novo porto, em Cabiúnas. Esse novo empreendimento vai ser usado inclusive para atender novas empresas petrolíferas que estão entrando na cidade, como a Devon, que comprou em consórcio com a Petrobras três blocos exploratórios da Bacia de Campos; além da Repsol e da Statoil, que juntas, compraram um bloco exploratório – afirmou Riverton.

Segundo o prefeito, o novo porto poderia ser usado para atender o complexo petroquímico e as empresas envolvidas, não importando a cidade do Norte do estado que vai abrigar o projeto. “O complexo petroquímico será o maior pólo industrial do Estado do Rio e vai gerar empregos em todo o entorno do empreendimento. Estamos abrindo a região e a cidade para esse grande projeto de desenvolvimento regional”, observou o prefeito.

Riverton deixou claro que defende a instalação do pólo petroquímico no Norte Fluminense e que Macaé é um dos lugares que possui as condições para receber o empreendimento, que é o maior investimento já feito por um único projeto no Rio. Cabiúnas seria a área disponível em Macaé para receber o complexo. Outras vantagens de logística do município são o aeroporto, ferrovia - que liga o Estado do Rio de Janeiro ao Espírito Santo – e duas rodovias, além da localização estratégica.

Na reunião com os técnicos da Petrobras, participaram os prefeitos de Quissamã, Armando Carneiro (PSC); Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB); São João da Barra, Carla Machado (PMDB); Campos, Alexandre Mocaiber (PDT); Casimiro de Abreu e presidente da Ompetro, Paulo Dames (PMDB).

De acordo com os prefeitos, o coordenador de projetos petroquímicos e o chefe de gabinete da presidência da Petrobras informaram que a decisão do local do pólo sairá em três meses. A previsão do início de operação do complexo é em 2012.

Nesta sexta-feira (21), Riverton se encontra com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, para apresentar alguns projetos de desenvolvimento urbano que poderão ser implementados no município em parceria com a Petrobras.

Prefeitos tentam audiência com Lula

O presidente da Ompetro, Paulo Dames, destacou que os prefeitos da entidade vão continuar mobilizados para mostrar as vantagens do Norte Fluminense em cima de Itaguaí, no Sul, Fluminense, que também está pleiteando o pólo petroquímico. Os prefeitos tentam agora uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Fizemos um contato também com o Ministério de Minas e Energia e estamos aguardando o retorno do pedido de audiência com o governo federal”, comentou Dames.

De acordo com ele, durante a reunião, os representantes da Petrobras disseram que a decisão do local do pólo será técnica e não política. “A área de Itaguaí já é cercada pela ocupação urbana, o que nos dá mais vantagens para o complexo ser instalado no Norte do Estado”, ressaltou o presidente da Ompetro.

O investimento previsto pela Petrobras no pólo petroquímico - que será o primeiro do país a usar o petróleo pesado produzido na Bacia de Campos como matéria-prima básica - é de US$ 9 bilhões (R$ 20,7 bilhões). O empreendimento equivale à construção de três refinarias do porte da Reduc, em Duque de Caxias. No projeto, está incluída a construção de uma refinaria petroquímica que vai processar 150 mil barris diários de petróleo pesado, para produzir matérias-primas básicas, como eteno e para-xilenos para a indústria petroquímica. Já a indústria petroquímica transforma essas matérias-primas em insumos para a indústria de plástico.