RIO - "É certo que Macaé terá o curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro”. A afirmação foi feita pelo reitor da URFJ, Aloísio Teixeira, durante encontro com o prefeito Riverton Mussi, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (22), no Palácio Guanabara. O reitor informou que as aulas teóricas serão ministradas na Cidade Universitária e as práticas terão como apoio o Hospital Municipal Fernando Pereira da Silva, o Hospital Público Municipal (HPM).
O reitor lembrou que a Cidade Universitária já foi visitada pela equipe da UFRJ. “Vamos implantar o curso de Medicina na Cidade Universitária. Vimos o hospital, as condições são ótimas e a idéia é fazer um curso de medicina inovador para que a população de Macaé possa se orgulhar”, destacou, elogiando o governo municipal ao construir a Cidade Universitária, que ocupa uma área de 95 mil metros quadrados na Linha Verde e na segunda etapa de implantação, que começa no próximo ano, terá mais dois blocos de sala de aula.
- Há uma compreensão forte do poder público municipal de Macaé e isso nos permite avançar junto – disse Teixeira. O prefeito Riverton Mussi ressaltou que um dos objetivos da Cidade Universitária é permitir que os munícipes participem de forma substantiva do ciclo de desenvolvimento econômico que a cidade está inserida. “Sempre tivemos como foco na implantação da Cidade Universitária o desenvolvimento sócio-educacional voltado para o munícipe”, comentou.
Durante a construção dos dois primeiros blocos da Cidade Universitária, inaugurada em julho, o prefeito se reuniu com reitores e pró-reitores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da UFRJ, para disponibilizar a estrutura do complexo de Ensino Superior para os cursos de graduação.
- Queremos transformar Macaé em um pólo de Ensino Superior, já temos parceria da UFF, da UFRJ e queremos ampliar nossa relação com outras universidades – enfatizou Riverton, acrescentando que o Bolsa Universitária, que garante o pagamento de até R$ 350,00 das mensalidades dos alunos em cursos de Ensino Superior e Técnico Profissionalizante, é outro projeto importante para a profissionalização dos jovens do município.
Engenharia poderá ser implantada em meados de 2008
Outra graduação da UFRJ que será implantada em Macaé é de Engenharia. De acordo com o reitor Aloísio Teixeira, a universidade trabalha para viabilizar o curso para o segundo semestre de 2008. “Se não der para o segundo semestre de 2008, certamente para o início de 2009. Existe um procedimento de administração acadêmica que pode ser demorado. O projeto já foi definido pela escola politécnica e vai ser avaliado por nosso conselho de ensino de graduação”, disse.
Segundo ele, se houver tempo suficiente para que o procedimento padrão seja feito, o vestibular vai ocorrer em meados de 2008. “Nosso interesse é agilizar o processo. Mas já está certo que Engenharia terá curso em Macaé”, ratificou, acrescentando que a graduação em Medicina está prevista para 2009.
- A congregação da faculdade já aprovou o curso de Medicina, mas talvez seja um pouco mais demorada a elaboração do projeto didático e pedagógico. Mas é possível que no início de 2009 já tenhamos o curso de Medicina funcionando em Macaé – garantiu o reitor, lembrando que no primeiro semestre de 2008, começam os cursos de Farmácia e Química da UFRJ, para somar à graduação em Ciências Biológicas, já existente.
Aloísio Teixeira disse que os projetos da UFRJ para Macaé são de constituir um “verdadeiro campus” para a cidade, com um conjunto diversificado de cursos e possibilidade de formação profissional. “Para nós da UFRJ é algo inovador, diferente do que já fazemos. A idéia não é apenas levar os cursos que nós oferecemos na sede, mas fazer um movimento de inovações pedagógicas, curriculares, adequando o ensino às necessidades do tempo presente de forma que possamos fazer de Macaé uma referência na educação de ensino superior”, avaliou o reitor.
Cidade Universitária une UFF, UFRJ e FeMASS
O primeiro bloco de salas de aula da Cidade Universidade já reúne cursos da UFF, da Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS) - mantida pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac) da prefeitura - e terá em 2008 os cursos de Farmácia e Química da UFRJ.
A UFF tem turmas de Administração e Ciências Contábeis. O curso de Administração da UFF tem ênfase em Turismo. Já a nova turma de Direito da UFF começa a estudar na Cidade Universitária em março de 2008 nas instalações cedidas pela prefeitura, que investe por ano R$ 1,2 milhão para manter a universidade na cidade nos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Direito.
O curso de graduação de Sistema de Informação da FeMASS também foi transferido para a Cidade Universitária. A FeMASS terá ainda cursos de Administração e Engenharia de Produção em 2008 – a graduação em Administração da FeMASS terá ênfase em Logística e Administração Pública.
A primeira fase da Cidade Universitária – inaugurada em julho – é composta por dois prédios – um para o Centro Administrativo e outro para 30 salas de aula, além de 200 vagas de estacionamento, uma biblioteca central dentro do prédio da administração e uma biblioteca específica dos cursos das áreas que serão instaladas dentro do prédio de sala de aula.
O projeto completo da Cidade Universitária inclui a construção de mais cinco blocos de salas de aula, ampliação do estacionamento para 600 vagas, campo de futebol, ginásio poliesportivo, um parque olímpico, capela ecumênica, restaurantes, auditórios, centro de artes com três pavimentos para conservatório de música e artes plásticas, concha acústica com capacidade para quatro mil pessoas e vila docente.
Diretor da faculdade de Medicina visitou Macaé em maio
O diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Antonio da Cunha, visitou as instalações da Cidade Universitária e do HPM em maio. Acompanhado de uma equipe técnica, Antonio disse na época que a perspectiva da equipe da universidade, ao visitar Macaé, é fazer a avaliação da estrutura da cidade para o ensino.
Cunha avaliou a estrutura de emergência do HPM como “excelente”. No HPM, o presidente da Fundação Municipal Hospitalar de Macaé (FMHM), Aluízio dos Santos Júnior e o diretor técnico, Luiz Porto, mostraram as instalações do hospital, inclusive o Centro de Educação Médica Continuada, e disponibilizaram a unidade hospitalar para ser usada como hospital-escola para os possíveis alunos de medicina.
- O HPM tem todas as condições para ser um hospital-escola. Temos 20 especialidades médicas 24 horas, o centro de educação médica continuada, terapia intensiva, 130 leitos, CTI adulto e infantil e atendemos uma média de dez mil pacientes por mês. Formamos um hospital de emergência, mas como lidamos com todo tipo de patologia, somos quase um hospital geral – salientou Aluízio dos Santos Júnior.
Além do HPM e da Cidade Universitária, a equipe técnica visitou o Hospital São João Batista, o Programa de Saúde da Família (PSF) da Praia Campista, o pronto-socorro pediátrico de Imbetiba e o Centro de Especialidades Médicas Doutor Moacir Santos.