O campeão estadual, depois desta etapa em Santos-SP, irá para o Mundial em agosto no Havaí.
Um mar de possibilidades foi o que o atleta José Ricardo Onofre, de 17 anos de idade, vislumbrou ao ingressar na Canoa Polinésia. Ele disputa, desta sexta-feira (5) a domingo (7), o Campeonato Brasileiro de Va'a (canoa), em quatro categorias, que ocorrerá em Santos-SP. Em agosto, Ricardinho representará o Brasil e Macaé no Campeonato Mundial do esporte, em Hilo-Havaí. Ele conquistou, em março, os títulos de campeão estadual na canoa para um remador (OC1), categoria Júnior-19, e campeão na canoa para seis remadores sem leme (Oc6), na mesma categoria.
Macaé conta com cerca de dez clubes de Canoa Polinésia e tem muitos praticantes. Desde 2023, Ricardinho integra o programa Bolsa Atleta Macaé, o que, segundo ele, foi um divisor de águas em sua carreira. “Fico feliz em participar destas competições. Tento conciliar a escola, o trabalho, os treinos e a academia. É bem difícil. O Bolsa Atleta de Macaé me ajuda bastante: inscrições nas competições, combustível, suplementos e equipamentos. Sou bolsa atleta desde o ano passado e foi quando consegui me desenvolver mais no esporte. Melhorei bastante. Graças ao Bolsa Atleta, pude participar do Campeonato Brasileiro em Brasília-DF, no ano passado. Este ano, abri ainda uma ‘vaquinha’ e queria pedir apoio de quem puder ajudar para a minha participação no Campeonato Mundial no Havaí”, disse. As colocações 2? lugar V6 500 m e também nos 1.000 m no Brasileiro Va'a de sprint, em outubro de 2023, garantiram a vaga de Ricardinho no mundial deste ano.
O secretário de Esportes de Macaé, Marvel Maillet, destacou a importância do programa para o desenvolvimento dos atletas do município. “Estou muito feliz em ver os atletas de Macaé despontando em todas as modalidades esportivas. O Bolsa Atleta tem revelado campeões no mundo. E o nosso campeão estadual, Ricardinho, com certeza, também terá sucesso no Campeonato Brasileiro de Canoa Polinésia. Estamos hoje contemplando 590 atletas de 48 modalidades diferentes”.
Ricardinho começou a ter aulas de Canoa Polinésia em Macaé em 2020, ano em que morava em Cabo Frio-RJ. Em 2021, começou a treinar com a atleta (categorias Open e Master 40), técnica independente e árbitra de Canoa Polinésia, Ana Moraes, que se dedica à Canoa Polinésia, em Macaé, desde 2019. A partir do final de 2022, ela passou a ser sua treinadora exclusiva e os trabalhos foram intensificados. No campeonato estadual deste ano, Ricardinho competiu pelo Clube Aldeia Va'a, através de uma parceria com o clube no qual é federado, o Crispy Koa Va'a.
Macaé tem história com a Canoa Polinésia desde 2013, quando o primeiro clube foi fundado no município, o Macaloha Va'a. Em 2018, a cidade recebeu pela primeira vez o campeonato estadual deste esporte. Os atletas treinam tanto na Lagoa de Imboassica, quanto no mar, na Praia da Imbetiba.
“Este esporte promove a integração social e com a natureza. É um esporte coletivo e tem também as canoas individuais. Aprendemos sobre coletividade e família. Importamos esta tradição. São mais de 3 mil anos de cultura polinésia. Há muita sinergia dentro da canoa. Todos em sintonia, com consciência corporal, trabalho em conjunto e a natureza. Além disso, é um esporte que trabalha o corpo inteiro, não apenas os braços, como as pessoas imaginam”, frisa Ana Moraes.