CARAPEBUS - O prefeito Riverton Mussi defendeu, nesta segunda-feira (29), durante reunião da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) a agilização das obras de melhorias da BR-101, privatizada pelo governo federal no início de outubro e teve o trecho de 320 quilômetros entre a Ponte Rio-Niterói e o Espírito Santo arrematado pela concessionária espanhola de rodovias OHL. No edital de privatização, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) estão previstas cinco praças de pedágios no trecho.
- É preciso encurtar o prazo para o início das obras porque a rodovia necessita urgente de obras para garantir mais segurança para os motoristas. Sou contra a cobrança de pedágio antes da conclusão das obras e serviços de melhorias. O grupo ganhador do leilão deve investir primeiro, antes de buscar arrecadação – destacou Riverton Mussi. A preocupação do prefeito também foi externada pelos outros chefes de executivos que foram à reunião, pela Associação Comercial de Campos e o Fórum Permanente de Campos e região.
De acordo com o presidente do Fórum Permanente, Adão Faria, o pedágio pode prejudicar o escoamento de mercadorias produzidas na região – em cada praça de pedágio os motoristas devem desembolsar R$ 2,25. Os prefeitos de Campos, Alexandre Mocaiber; Carapebus, Rubem Vicente; Quissamã, Armando Carneiro; São João da Barra, Carla Machado, também concordam com a necessidade da agilização das obras.
- Temos que unir as forças para a melhoria da BR-101, devido sua importância no transporte entre as cidades do Norte Fluminense – pontuou Rubem Vicente, prefeito de Carapebus. Já o prefeito de Quissamã ressaltou que a aceleração do processo de realização das obras deve ser vista com o Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes, o governo do estado e o próprio grupo vencedor.
O prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, enfatizou que é fundamental a união dos municípios a favor da aceleração das obras e que apóia emenda de bancada dos deputados federais fluminenses para a duplicação da rodovia no trecho de Macaé a Campos. Já Carla Machado classificou como “muito ruim” a atual situação da rodovia. “As obras necessárias são urgentes”, ressaltou.
A OHL terá a concessão da BR-101 da ponte Rio-Niterói até a divisa com o Espírito Santo por 25 anos. O grupo espanhol promete investir R$ 2,5 bilhões no trecho, mas ainda não anunciou quando começam as melhorias.
Ompetro vai questionar entrada de Angra dos Reis e Duque de Caxias
O presidente da Ompetro e prefeito de Quissamã, Armando Carneiro, afirmou que a entidade vai questionar a entrada de Angra dos Reis e Duque de Caxias na Ompetro porque nenhum dos dois é município produtor de petróleo ou gás natural. “Duque de Caxias não é nem confrontante”, lembrou. A entrada dos dois municípios representa uma perda total de R$ 6 milhões/mês para os dez municípios da Ompetro.
Riverton Mussi disse que a perda da arrecadação em Macaé com o ingresso das duas cidades pode atrapalhar o planejamento de investimento da cidade. “A queda de receita reflete diretamente no orçamento previsto, este ano já registramos perda com a queda do dólar e queremos questionar a entrada dos municípios junto à ANP”, disse, se referindo à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nos últimos dias, o aumento do preço do barril do petróleo – que bateu novo recorde de alta chegando a US$ 93 na segunda-feira – não refletiu em uma previsão de alta na arrecadação com os royalties em Macaé porque o dólar sofreu nova queda, como no recuo de 0,68% na segunda, sendo negociado a R$ 1,75. Desta forma, a alta do óleo equilibrou a diminuição da moeda americana.
Riverton quer tráfego ferroviário longe do Centro
Outra preocupação externada por Riverton Mussi durante a reunião da Ompetro foi o reflexo no Centro de Macaé do projeto da retomada da ferrovia entre os municípios do Norte Fluminense.
- Macaé luta para retirar a linha férrea do Centro da cidade porque o tráfego ferroviário atrapalha todo o trânsito com as manobras realizadas. Trabalhamos para retirar a linha férrea e o pátio de manobras do Centro e contamos com o apoio do governo federal, por isso não queremos novamente a passagem de trem pelo Centro – afirmou o prefeito. A Ompetro também vai questionar o critério de pagamento do ISS aos municípios no local onde as sedes das empresas estão instaladas não no local onde elas atuam.