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Riverton Mussi discute pós-petróleo durante audiência pública na Alerj

09/05/2007 21:35:44 - Jornalista: Janira Braga

RIO - O prefeito Riverton Mussi defendeu nesta quarta-feira (9), durante audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a preparação das cidades da Bacia de Campos para o ciclo econômico pós-petróleo, com a criação de mecanismos que podem servir de alternativa para o crescimento sustentável. A audiência pública, idealizada pelo presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado estadual Glauco Lopes, discutiu a implantação do Complexo Portuário de Açu, em São João da Barra, também no Norte Fluminense.

- Hoje, o orçamento dos municípios produtores de petróleo é fundamentado nos royalties. Devido às discussões que sempre são levantadas em todo o país pedindo a redistribuição desta compensação financeira, defendemos a permanência dos royalties, porque este repasse financeiro não é um ‘presente’. Trata-se de uma compensação financeira pelo ônus causado pela cadeia produtiva do petróleo – ressaltou.

A instalação do Complexo Portuário do Açu irá, na opinião do prefeito, impulsionar novos empreendimentos nos municípios da Bacia de Campos. “Este investimento vai causar um impacto positivo para a região”, comentou. Pelo porto de Açu, serão escoados anualmente 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro de alto teor vindo das reservas de Minas Gerais e transportadas por um mineroduto com 525 quilômetros de extensão.

O diretor da MMX – a holding responsável pelo empreendimento em Açu – Rodolfo Landim, confirmou que o Complexo Portuário de Açu deve atrair novas empresas para a região. “Como Riverton comentou, o empreendimento será uma alternativa de atividade econômica ao petróleo”, disse Landim, pontuando que o empreendimento irá também oferecer uma alternativa de escoamento de produtos da região em um segundo momento.

O deputado estadual Glauco Lopes frisou que o encontro desta quarta foi a primeira audiência pública realizada por ele na presidência da Comissão de Minas e Energia. “O Complexo do Açu será um grande empreendimento que vai ajudar a economia do nosso estado. O investimento irá, não só permitir a exportação de minério de ferro para vários países como a China, mas poderá servir como logística para atender a empresas que exploram petróleo em alto mar”, observou o deputado, acrescentando que o empreendimento vai estimular a geração de emprego.

O deputado federal Silvio Lopes destacou que com o Porto de Açu, a região Norte/Noroeste terá um acréscimo na logística, podendo escoar o que produz, já que a MMX tem pretensão de expandir a área de atuação do empreendimento, além da exportação de minério de ferro. “Nossa região sofre todo o ônus da cadeia produtiva do petróleo e o Porto de Açu traz expectativa de desenvolvimento para a região”, disse.

A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, salientou que o investimento da iniciativa privada terá características internacionais. “A princípio, o Complexo Portuário será voltado para exportação de minério de ferro, mas outros produtos poderão ser exportados em outra fase. Em todos os momentos, a empresa tem demonstrado responsabilidade social e ambiental”, comentou a prefeita, analisando que como conseqüência do empreendimento, também virão investimentos que podem impulsionar o Índice de Desenvolvimento Humano da região.

De acordo com o representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Mário Barbosa, a logística é fundamental para a competitividade das empresas. “A logística brasileira depende da logística fluminense. O Porto de Açu agrega valor a este importante setor da economia e aumenta a competitividade do estado”, avaliou.

O vereador de Macaé, Júlio César de Barros, o assessor especial da prefeitura, Luiz Kanda, empresários, parlamentares e o público em geral participaram da audiência pública na tarde desta quarta, na Alerj.

Complexo terá capacidade de estocagem de
2,5 milhões de toneladas de minério de ferro

O Complexo Portuário de Açu terá capacidade de carregamento de dez mil toneladas por hora e capacidade de estocagem de 2,5 milhões de toneladas de minério de ferro. Localizado a 15 quilômetros ao norte do Cabo de São Tomé e a 30 quilômetros da Foz do Rio Paraíba do Sul, o empreendimento deve gerar 5,1 mil empregos diretos e indiretos somente na fase de implantação e outros 600 na de produção.

Com 19 metros de profundidade, o Porto de Açu poderá operar com navios de 250 mil toneladas ou mais. O complexo prevê ainda a construção de seis berços de atracação de navios, que contribuirão para viabilizar um novo pólo de desenvolvimento regional. O sócio majoritário da MMX é o empresário Eike Batista.