A mangueira do Núcleo Municipal de Saúde Mental, em Macaé, é o lugar escolhido pela equipe do Programa Saúde de Atenção Básica, da prefeitura, para realizar a roda de Terapia Comunitária, aproveitando a sombra e a energia da árvore proporcionadas pela natureza. O próximo encontro será realizado na quarta-feira (17), às 9h, quando as pessoas que quiserem participar vão poder ouvir, falar e desabafar sobre suas vivências, emoções e conflitos.
A Terapia Comunitária é um método novo no Brasil, com apenas 20 anos, mas já funciona na rede pública municipal de Macaé, implantada gratuitamente pela prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde (Semusa).
Os temas discutidos pelo grupo são diversos, dependendo do problema de cada um, porém, os que mais aparecem são depressão, questões familiares e de trabalho, estresse, problemas com álcool e outras drogas, violência dentro e fora de casa e outros. Essse é o objetivo do criador do método, o psiquiatra e antropólogo brasileiro Adalberto Barreto: discutir os problemas comuns do cotidiano antes que virem uma doença. Assim é a Terapia Comunitária.
- É um momento de compartilhar experiências e um vai ajudando o outro passando o que vive, como enfrenta, como consegue resolver e de que maneira acontece na sua vida. Cada relato contribui de forma reflexiva para um leque de conclusões que tem a ver com as vivências de cada participante. Todos acabam aprendendo a lidar melhor com seus próprios problemas, explicou uma das coordenadoras do Programa de Saúde Municipal de Atenção Básica, a psicóloga Ângela Prado Guimarães.
A terapeuta ocupacional e comunitária Débora Oliveira Barbosa Jeovani, que também faz parte do programa, explicou que o encontro do próximo dia 17 não abordará somente a Terapia Comunitária. Mas, ainda de acordo com ela, é importante a participação de quem precisa de ajuda porque as histórias compartilhadas fazem melhorar as relações sociais dentro da comunidade.
As terapeutas atuam como mediadoras na roda, auxiliando na troca de experiências e dessa forma contribuem para o resgate da autoestima do grupo. Os relatos feitos mostram os vários caminhos da vida aos participantes, que saem da roda mais fortalecidos para superar os desafios.
- Embora os encontros sejam em grupo, os benefícios são individuais porque o resultado depende do que cada um está vivenciando naquele momento, explicou Débora. Ela destacou que todos compartilham o alívio de estar desabafando, sem julgamentos ou conselhos, porque há a troca de emoções com respeito, bem como o intercâmbio de contatos entre eles.
Adalberto Barreto é da Universidade Federal do Ceará e criou a Terapia Comunitária com um trabalho em uma favela de Fortaleza. O sucesso foi tanto que se alastrou para todo o país. Para um melhor resultado do grupo as reuniões acontecem sempre em lugares públicos que podem ser também em praças, parques e jardins.
Para saber mais como funciona a Terapia Comunitária o interessado deve participar de pelo menos um encontro, que é aberto à população. Maiores informações também podem ser obtidas no Núcleo de Saúde Mental de Macaé, que funciona à Rua das Laranjeiras, s/n, e o telefone para atendimento ao público é (22) 2759.9410.