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O encontro reuniu a comunidade escolar do Ciep Maringá
Com o objetivo de participar da 12ª Semana de Ação Mundial e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação Inclusiva, as secretarias de Desenvolvimento Social e de Educação promoveram, nesta quinta-feira (25), uma “Roda de Conversa” entre a comunidade escolar do Ciep Maringá para discutir o acompanhamento, o monitoramento do acesso e permanência à escola aos estudantes com deficiência.
O encontro, que foi organizado pelo Centro de Referencia de Assistência Social (Cras) do Visconde e pela Gestão do Programa Beneficio de Prestação Continuada (BPC) na escola, reuniu também a subsecretaria de Acessibilidade e Proteção à Pessoa com Deficiência e a Coordenadoria dos Cras. Na oportunidade, a assistente social Eliana Feres, da Gestão BPC, deu as boas vindas aos pais das crianças e adolescentes com deficiência que estudam no Ciep.
- Estamos aqui para falar da educação inclusiva nas escolas públicas de Macaé. Começamos pelo Ciep Maringá e posteriormente iremos a todas as escolas. A discussão sobre garantir o direito à educação inclusiva a todos os que têm deficiência é tema da Semana de Ação Mundial, que ocorre entre 21 e 27 de setembro, e este ano tem como tema o Direito à Educação Inclusiva – pontuou Eliana Feres.
O Brasil possui 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja, aproximadamente um em cada cinco habitantes, e apenas 12% das escolas de educação básica têm sala com recursos multifuncionais para o atendimento educacional especializado. Em Macaé, o Ciep Maringá é uma das escolas públicas que dispõe de atendimento à pessoa com deficiência.
Segundo Feres, das 1500 pessoas com deficiência cadastradas no Programa BPC, foram selecionadas 307 para a pesquisa de identificação se estão ou não na escola. O resultado desde 2008 é que 70% desse universo está na escola regular ou especial. O BPC visa garantir o acesso e a permanência na escola às pessoas com deficiência e superdotação de zero a 18 anos de baixa renda. “O BPC se constitui de um salário mínimo concedido a idosos e deficientes com renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo. Desde 2008 a Prefeitura de Macaé fez adesão ao Programa BPC Escola que visa, a partir de uma pesquisa, identificar as barreiras que impedem as crianças e adolescentes com deficiência de frequentarem a escola”, destacou.
Paula Souza, de 30 anos, mãe de uma adolescente com deficiência (síndrome West – espasmos e convulsões), disse que desde os oito meses de vida sua filha faz tratamento neurológico na rede de Saúde de Macaé e que, aos quatro anos de idade, foi matriculada no Ciep Maringá. “A receptividade das professoras e de todos os que trabalham aqui foi muito importante na vida de minha filha. Hoje ela está bem melhor na questão do entendimento e já demonstra o que quer. Já evoluiu muito. O carinho desta comunidade escolar foi muito importante”, disse.
Nazaré Santos, de 54 anos, que estava representando os pais de outra aluna com deficiência, achou a Roda de Conversa produtiva por causa da troca de informações. “Minha sobrinha, que tem 17 anos e problema motor, está nesta escola desde os 10 anos de idade. Aqui ela aprendeu a ler e a se desenvolver com mais facilidade por causa do acolhimento de todos”, afirmou.
A representante da secretaria de Educação, Regina Pinho, disse que durante muito tempo grande parte das crianças e adolescentes com deficiência estudavam em escolas especiais e que hoje há inclusão na escola pública. “A educação inclusiva é um direito inalienável de cada ser humano, isso significa que não pode ser recusado pela família, pela própria pessoa e muito menos pela escola”, explicou.