Dando sequência à programação da campanha internacional "16 dias de ativismo", que tem como tema "Uma vida sem violência é um direito das mulheres", aconteceu, nesta sexta-feira (27), às 10h, uma roda de conversa com mulheres no Polo de Cultura da Fronteira. Essa é uma iniciativa do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), ligado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que organizou uma programação completa para debater o assunto durante a ação.
A roda de conversa foi composta por 15 mulheres do bairro, além de uma psicóloga, advogada, professores e uma assistida do Ceam. "Incluímos na roda de discussão assuntos como os diversos tipos de agressão. A ideia foi mostrar que existem muitas formas de violência, como institucional, obstetrícia, gênero, social, sexual, patrimonial, entre outras", destacou Jane Roriz, coordenadora do Ceam, alertando que, segundo a Lei Maria da Penha, a vítima sempre vai ser uma mulher, mas o agressor pode ser qualquer um, até mesmo a própria mãe, não somente homem.
Foi o que contou Cláudia Flores, de 41 anos. "Após 22 anos de casada, sofrendo agressões física e psicológica, percebi que meu maior agressor era eu mesma, por permitir com que meu ex-marido fizesse tudo aquilo comigo. Encontrei no Ceam uma mão amiga, além de forças para fazer o que era necessário. Hoje, me sinto renovada, amada e sou muito feliz com minha nova vida", desabafou a música, que hoje canta, toca e oferece o seu testemunho como agradecimento.
De acordo com a coordenadora do Polo de Cultura da Fronteira, Keila Quirino, uma vez por mês é realizada ação de conscientização às mulheres da região. "Abordamos vários assuntos que abrangem de beleza à violência. Neste mês, resolvemos aderir a campanha e incluir o debate sobre violência contra as mulheres", disse, acrescentando que a casa também proporciona atendimentos sobre empreendedorismo, empregabilidade, orientação jurídica, palestras, entre outras.
Os 16 dias de ativismo acontecem atualmente em 159 países. No Brasil, tem início no Dia Nacional da Consciência Negra e se encerra no Dia Internacional dos Direitos Humanos.
O Ceam oferece apoio psicológico, jurídico e social às mulheres vítimas de violência. De janeiro a outubro de 2015, o centro atendeu 3.554 mulheres em Macaé. Na parceria entre o Ceam, Polícia Militar e o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) é realizado monitoramento dos casos de violência contra a mulher no município, promovendo a efetividade da Lei Maria da Penha. O endereço do Ceam é Rua São João, 33, Centro, ao lado da 123ª DP. Mais informações pelo número (22) 2796-1045.
Programação 'Uma vida sem violência é um direito das mulheres'
30/11 - 8h30 - Exposição dialogada no CRAS Barra;
30/11 - 14h - Exposição dialogada no CRAS Botafogo;
1/12 - Dia Mundial de Combate à Aids
2/12 - Beleza, Saúde e Qualidade de Vida.
Local: Ceam, das 9h às 14h. Ação em parceria com Espaço Mulher Cidadã (corte de cabelo, penteado, escova, design de sobrancelha, maquiagem), Subsecretaria Municipal de Educação e Atendimento Especializado ao Escolar (laboral e auriculoterapia) e Hortifruti.
6/12 - Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo fim da violência contra as mulheres - Campanha do Laço Branco. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos convida todas as secretarias municipais a aderirem a campanha vinculando a denúncia e a luta pela não violência contra as mulheres. Na data será enviado o laço branco "Homens pelo fim da violência contra a mulher".
7/12 - 9h - Roda de Conversa no Centro Pop.
7/12 - 15h - Comemoração do Dia Internacional dos Defensores dos Direito das Mulheres.
Local: Ceam
8/12 - 9h - Roda de conversa na Pousada da Cidadania.
8/12 - 14h - Exposição dialogada com o Grupo da Terceira Idade "Sol Nascente da Virgem Santa".
9 e 10/12 - 14h - Exposição dialogada no Cras Aeroporto.
14/12 - 10h às 16h - Unidade Móvel para as mulheres vítimas de violência do Campo e da Floresta.
Local: Assentamento Prefeito Celso Daniel.