Foto: Cris Costa
Semana da Comunicação reúne os grandes nomes do setor em Macaé
O mercado de comunicação de Macaé só absorve fotógrafos e jornalistas bons, que se capacitam, se atualizam e se dedicam. A afirmação é do fotógrafo e jornalista Romulo Campos, especialista em fotografar aves, fauna e flora de Macaé e região, que ministra neste momento palestra na Semana de Comunicação da Faculdade Salesiana. Romulo contou um pouco sobre a história do fotojornalismo em Macaé e de sua experiência como fotógrafo.
- A profissão de fotógrafo não tem glamour, tem é muita dedicação – opinou, mostrando uma foto feita pela sua esposa, a fotógrafa Cláudia Barreto, em um momento em que ele está atolado na lama com equipamentos fotográficos, no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. “Só tem e só haverá espaço para quem é muito bom. Na comunicação, só há chance na mesma perspectiva que o mercado offshore oferece, ou seja, para quem se capacita”, ressaltou.
De acordo com Romulo, na década de 80, havia um bom espaço para exercício do fotojornalismo no município. “No entanto, com o aquecimento da economia da cidade, com toda a transformação advinda, mesmo com o município consolidado como a principal referência na produção de óleo e gás do país, as mesmas vagas estão sendo oferecidas para fotógrafos e jornalistas, com pouco aumento”, disse.
O profissional contou que passou um grande tempo fazendo assessoria de imprensa. “Dentro da assessoria de imprensa, você vende um conceito”, definiu, frisando que hoje está se especializando em fotografar aves, além de ocupar o cargo de presidente da Câmara Permanente de Gestão (CPG) da prefeitura.
Entre as fotos que contam a história de Macaé, Romulo mostrou como era o bairro Malvinas e hoje, como é, com o crescimento demográfico. O Centro Macaé de Cultura foi outro local externado por Romulo de como era e como é. O fotógrafo explicou que o dom jornalístico é de família: contou que o pai levou seis tiros ao cobrir uma reintegração de posse dos sem-terra.
Romulo ainda deu uma dica para quem quer seguir a profissão: o fotojornalista tem a obrigação de ter um olhar diferente. “Imagina você ir cobrir um evento com 30 fotógrafos e fazer a mesma foto que outros 29 colegas. Não dá. É preciso ter um diferencial”, ensinou.
Cláudia Barreto une arte e fotografia
Após a participação de Romulo, a fotógrafa Cláudia Barreto proferiu palestra sobre publicidade alinhada à fotografia. “Fotografar não é só escrever com a luz, é mexer com a alma”, conceituou a fotógrafa, contando que está fotografando arte em cemitério, após trabalhar com uma pesquisadora que estuda artes cemiteriais.
Cláudia e Romulo afirmaram que saem às quatro ou cinco horas da manhã no final de semana para fotografar, cada um dentro de projetos pessoais e profissionais. Para Cláudia, não importa a quantidade de profissionais no mercado e sim a qualidade. “Precisamos de bons fotógrafos, bons alunos, bons profissionais de comunicação”, pontuou.
A pouca absorção do mercado macaense dos fotógrafos da cidade foi citada pela fotógrafa. “São poucas as empresas offshore que vêm buscar em Macaé o profissional. Muitos acham que a cidade não tem essa qualificação, mas mostramos que tem”, frisou.
Claudia Barreto orientou aos alunos que tomem cuidado para que a profissão não seja banalizada. “É importante ter zelo para a profissão, evitando, quando possível, o acumulo de funções dentro de uma redação. Claro que os alunos têm que aproveitar as chances, mas muitas vezes, as empresas querem que o profissional faça a foto, escreva a matéria e filme”, lembrou.
Lívio Campos desnuda pegadinha de redação
O fotógrafo Lívio Campos deu uma importante dica na noite desta quinta-feira (25) para alunos da Faculdade Salesiana que querem se especializar como fotojornalistas: é sempre importante que os fotógrafos façam fotos verticais e horizontais e disponibilizem essas duas posições para os editores dos jornais.
- Se você só entrega foto horizontal, o editor pode te pedir uma vertical e então, se você não tiver, fica complicado – acrescentou. O fotografo detalhou ainda a importância do fotógrafo estar credenciado em grandes eventos. “O credenciamento é muito importante para o fotógrafo poder circular, e além disso, o fotógrafo só pode fotografar por três músicas em grandes shows, depois ele tem que sair”, afirmou.
Lívio contou que foi ao show do Rolling Stones, sem credenciamento e mesmo assim, conseguiu entrar na melhor área para fotografar o show. Mesmo sem recomendar que os alunos façam o mesmo, Lívio mostrou aos alunos algumas fotos feitas neste dia – a obra já foi inclusive exposta em mostras.