Foto: Maurício Porão
Prevenir a hipertensão é um dos caminhos para evitar complicações
Com o tema “Prevenc?a?o da doenc?a renal comec?a na infa?ncia”, o Dia Mundial do Rim, que acontece no dia 10 de março, foi lembrado nesta quarta-feira (9) pela Secretaria de Saúde de Macaé, com diversas ações no Centro de Saúde Dr. Jorge Caldas.
Atualmente, o Programa de Diálise da cidade atende 200 pacientes. A nefrologista, Cláudia Gusmão, frisa que a data tem como objetivo divulgar as informac?o?es relacionadas à prevenc?a?o das doenc?as renais. "É importante que a população procure regularmente o médico, principalmente, os hipertensos e diabéticos para que não precisem ter complicações como ter que passar pela hemodiálise".
Ainda de acordo com Cláudia, o foco é alertar a todos para a adoção de hábitos saudáveis desde a infância, por meio de uma alimentação balanceada, com menos sal, açúcar, carboidratos e gordura, além da prática regular de esporte.
A nefrologista alertou também para o uso indiscriminado de antiinflamatórios, pois podem causar insuficiência renal. "Na maioria das vezes, os problemas renais passam desapercebidos, a não ser em cálculos, infecções ou sangue na urina. Nesses casos, é possível identificar alguns sintomas como urina escura alaranjada e com espuma", frisou.
O operário do ramo de construção civil, Redilei Nascimento, 53, é hipertenso e há 11 anos precisou passar por diálise. Foram dois anos de tratamento, três vezes na semana, até receber o diagnóstico de que precisaria de um transplante. A doadora foi a própria esposa, em 2007.
- Sentia muita dor de cabeça e tomava analgésicos. Depois descobri que o meu problema era hipertensão e já estava com a doença no rim. Em dezembro deste ano completei 10 anos de transplantado, tomo as medicações regularmente e tive a graça de não ter rejeição. Sempre oriento os meus filhos e amigos a terem uma vida saudável - disse Redilei.
Já Lucas Ribeiro, começou a ter os sintomas bem mais cedo. Em 2012, com apenas 15 anos foi encaminhado para o Hospital Público Municipal (HPM), onde foi diagnosticado com quadro infeccioso grave e hipertensão. De acordo com a médica, Cláudia Gusmão, que acompanha o jovem, ele quase precisou fazer diálise.
Atualmente, Lucas leva uma vida normal, trabalha, mantém a pressão arterial controlada e mantém rotina de alimentação saudável.
Dados - Segundo a coordenadora do Programa de Doenças Crônicas não Transmissíveis, Rossana Espinoza, a estimativa do Ministério da Saúde é que Macaé tenha 43 mil hipertensos dentro de uma população estimada de 234 mil habitantes.
Rossana explicou que dentro dos registros de óbitos por doenças do aparelho circulatório, a insuficiência renal crônica é o terceiro indicador. Em primeiro lugar vem o infarto agudo do miocárdio e o segundo está o acidente vascular encefálico.
A nutricionista, Lilian Scherrer, da Coordenadoria da Área Técnica de Alimentação e Nutrição (Catan), observou que os estudos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), apontam para um aumento de sobrepeso em crianças a partir de cinco anos. "Um dos motivos é o consumo de alimentos industrializados. Estamos trabalhando em três eixos principais: conscientização dos malefícios dos alimentos ultraprocessados, educação de análise de rótulos e desenvolvimento de habilidades culinárias", explicou.
Participaram do evento a equipe do Programa de Atenção a Saúde do Trabalhador e acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).