A Coordenação do Programa DST/Aids, da Secretaria de Saúde de Macaé inicia ainda neste semestre o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. O projeto é uma iniciativa dos Governos Federal e Estadual e já vem sendo desenvolvido em diversas cidades. Em Macaé, o projeto vai ser desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educação.
A coordenadora municipal do Programa DST/Aids, Vera Andrade, disse que o projeto representa um marco na integração saúde-educação. Ela destaca a escola como o melhor espaço para a articulação das políticas voltadas para adolescentes e jovens, principalmente por poder contar com a participação dos estudantes, famílias, profissionais da educação e da saúde.
Inicialmente, somente uma escola será atendida, funcionando como projeto piloto. A unidade escolar que receberá a equipe do Projeto Saúde e prevenção nas escolas é o Ciep Aroeira. “Num primeiro momento iremos apresentar o projeto aos pais e professores, para depois iniciarmos as atividades com os alunos”, falou.
A coordenadora técnica do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Isabel Aparecida Lima, lembra que o objetivo é trabalhar a prevenção com a abordagem de diversos temas como sexualidade, gravidez na adolescência, gênero, doenças sexualmente transmissíveis, HIV, homofobia, entre outros.
- O trabalho sobre sexualidade e prevenção, apesar dos projetos desenvolvidos em todo o país, ainda é motivo de grande polêmica, mas não é possível fechar as portas para essa discussão, ressaltou falando que este trabalho espera-se contribuir para a redução da infecção pelo HIV/DST e dos índices de evasão escolar causada pela gravidez na adolescência, explicou.
O projeto - iniciativa dos Governos Federal e Estadual - prevê a instalação de porta preservativos, tendo em vista que o projeto faz um trabalho voltado para prevenção. “É importante ressaltar que este trabalho não visa o estímulo sexual, mas sim evitar que o número de adolescentes com HIV e doenças sexualmente transmissíveis cresça”,enfatiza.
O médico Edilbert Pelegrine, que coordena o Sistema de Atendimento Especializado, acrescenta que este trabalho segue as diretrizes do Ministério da Saúde e da Educação. O projeto visa não apenas contribuir para a prevenção da infecção pelo HIV, as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez não planejada, mas também para a redução de preconceitos e estigmas relacionados à raça, etnia e orientação sexual, bem como a promoção da igualdade de gênero.
Segundo dados do programa, a concentração de casos positivos se dá na faixa etária entre os 21 e 50 anos. “É bom lembrar que a pessoa contaminada pelo vírus HIV, pode ficar até dez anos sem apresentar qualquer sintoma. Mesmo não tendo nenhum sintoma, caso este pessoa tenha relações sexuais sem preservativo, ela estará transmitindo o vírus para seus parceiros”, alertou lembrando ainda a importância da testagem.
Em 2010 dos 1391 testes para HIV realizados somente pelo CTA, 54 deram positivos, sendo 35 homens e 18 mulheres. No registro geral foram notificados no mesmo ano, 163 casos novos de HIV. Nos primeiros meses de 2011, já foram confirmados 54 casos.
Adolescência – De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, 13,4% dos casos diagnosticados entre 1980 e 1998 foram em adolescentes. Pesquisas apontam ainda que, apesar do bom conhecimento sobre a aids, os jovens possuem dúvidas sobre questões básicas para prevenção.
A adolescência é a etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial.
A Organização Mundial da Saúde circunscreve a adolescência à segunda década da vida (de 10 a 19 anos) e considera que a juventude se estende dos 15 aos 24 anos. Esses conceitos comportam. A lei brasileira considera adolescente a faixa etária de 12 a 18 anos.