Com objetivo de usar a arte na melhoria da qualidade de vida, a segunda parte do Curso Teatro do Oprimido acontece nesta terça-feira (28) e vai até o dia 30 deste mês, na Escola Municipal Maria Isabel Damasceno Simão, no Centro, para os profissionais do SUS que trabalham no Núcleo de Saúde Mental e Atenção Básica de Macaé.
O Teatro do Oprimido é criação do brasileiro Augusto Boal, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008 e eleito Embaixador Mundial do Teatro, pela Unesco, neste ano. Trata-se de uma ferramenta estética, hoje, praticada em mais de 70 países, que visa disponibilizar a metodologia do Teatro do Oprimido como forma de abordagem e tratamento em Saúde Mental.
Segundo pesquisa recente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 9% da população brasileira sofre de transtorno mental grave. Os mais acometidos por essas doenças são os indivíduos de classe social baixa, com pouca escolaridade e moradores das periferias das cidades. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que os distúrbios do humor afetem cerca de 20% da população mundial e a cada ano são registrados dois milhões de novos casos. Em 2020, a depressão será o principal transtorno mental a atingir moradores dos países em desenvolvimento, como o Brasil.
Para a psicopedagoga e integrante do programa Cláudia Simone, o teatro faz com que o diferente passe a se sentir incluído novamente na sociedade. “Num contexto onde tentam esconder o diferente, o Teatro do Oprimido vem estimulando a sua visibilidade como cidadão e agente transformador de sua própria história. O diferente sobe no palco, conta sua história, vê e é visto por todos sem negar a sua condição de usuário, porém sem se sentir inferior”, destaca.
No dia 30, haverá uma apresentação aberta ao público da cidade, com entrada franca, a partir das 16h, quando os espectadores presentes vão poder conferir um trabalho artístico semelhante ao que os profissionais vêm realizando com os portadores de deficiência mental e usuários dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS).
O Curso é uma das etapas do projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental, e conta com o apoio da Secretaria de Saúde de Macaé. O projeto teve início no município em setembro de 2008 e agora forma um nova turma de multiplicadores para sua continuidade até maio de 2010. Mais informações podem ser obtidas através do site www.ctorio.org.br.
Colaboração:
Ney Motta - Assessor de Comunicação
CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO