Os resultados da pesquisa de Levantamento de Índice Rápido de Infestação (Lira), do mosquito transmissor da dengue, aedes aegypti, divulgada na última semana pelo Ministério da Saúde, alerta para uma possível epidemia da doença no Estado do Rio de Janeiro, deixando a secretaria de Saúde de Macaé vigilante. Segundo o secretário Fernando Diogo, o município apresenta índice aceitável, mas é preciso chamar a atenção da população para eliminação dos criadouros.
Fernando Diogo revela que ao contrário de alguns municípios do Estado que apresentam taxa de infestação superior a 3,9%, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como risco de surto, Macaé está em estado de alerta com 3,7%. “É importante lembrar que a cada ano o número de casos confirmados no município diminui, mas não podemos descuidar, vamos intensificar as ações, principalmente, de educação e saúde nos bairros onde foram apresentados os maiores índices”, disse.
Ele acrescenta que esta pesquisa inédita no país, é importante porque mostra dados reais, um retrato de como anda a infestação pelo aedes nos principais bairros do município. Além de ser um instrumento para que estados e municípios tenham a possibilidade de se antecipar a uma epidemia. “Devido ao trabalho permanente da secretaria de Saúde no combate ao aedes aegypti, Macaé mantém o controle da doença. De janeiro a agosto deste ano, apenas três casos da foram confirmados”, sinaliza.
O secretário lembra que a pesquisa foi realizada num período de chuva, quando o cuidado deve ser redobrado no combate ao mosquito. “Com a chegada do verão, o aedes aegypti encontra as condições ideais para sua reprodução: chuvas e calor. O combate ao aedes exige um trabalho não só do setor de saúde, mas de toda sociedade, mobilizada e consciente do risco da dengue”, declara.
Segundo o supervisor geral dos agentes de endemias, da Divisão de Zoonoses, Rogério Rodrigues, foram visitados todos os bairros do município, dos quais 26 apresentam índices elevados.
Os bairros em alerta são: Fazenda Piracema, Parque Aeroporto I e II, Ajuda de Baixo, Ajuda de cima, Planalto da Ajuda, Nova Holanda, Nova Esperança, Jardim Esperança, Barra de Macaé, Centro, Praia da Barra, Imbetiba, Parque Valentina Miranda, Cajueiros, Costa do Sol, Praia Campista, Praia dos Cavaleiros, Riviera Fluminense, Sol y Mar, Bairro da Glória, Novo Cavaleiros, Mirante da Lagoa, Imboassica, Morro de São Jorge e Jardim Santo Antônio.
O supervisor explica que a maioria dos focos foi encontrada em recipiente de armazenamento de água como tambores e caixas d’ água ao nível do solo. “A justificativa dos moradores é que devido à falta constante no abastecimento de água são obrigados a armazenar o produto”, diz.
Rogério alerta que esta prática deve ser adotada com cuidado, mantendo os recipientes bem fechados para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Além dos tambores e caixas d’ água, os agentes encontraram focos em pneus e vasos de plantas.
A secretaria de Saúde vai iniciar um trabalho de monitoramento na Rodoviária, como acontece todos os anos, principalmente com os ônibus vindos de cidades de risco como Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Itaboraí. O interior dos veículos será pulverizado para eliminação dos vetores oriundos das áreas de risco.