Foto: Ana Chaffin
Ações incluem visitas domiciliares e uso do carro fumacê.
Após o período de recesso por conta do Carnaval, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses e do Núcleo de Homeopatia e Práticas Integrativas da Secretaria de Saúde de Macaé já retomaram as ações de combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue.
Nesta quinta (23) e sexta-feira (24) os agentes de combate a endemias estarão fazendo o controle e eliminação do mosquito através do trabalho de pulverização com carro UBV (fumacê). A partir das 19h desta quinta, o fumacê estará nos bairros Nova Holanda e Malvinas, já na sexta o carro retorna para Malvinas e inicia o ciclo na Nova Esperança.
O supervisor geral do CCZ, Eric Souza, acrescenta que na próxima semana o trabalho será focado nas áreas próximas aos locais de desfile.
- A preocupação a cada dia aumenta, pois com vários dias seguidos de sol, qualquer depósito pode virar um criadouro na próxima chuva. O trabalho preventivo do CCZ e a colaboração da população é fundamental no processo de controle da doença, frisou.
Segundo dados da Coordenação de Saúde Coletiva, em janeiro de 2012 foram registradas 17 notificações e 14 confirmações. “Esse número está dentro do esperado para o período", explica a coordenadora de Saúde Coletiva, Laila Nunes, acrescentando que os números de fevereiro não foram totalizados, mas a tendência nacional é de que haja um aumento até abril, quando a quantidade de casos deve voltar a cair.
A equipe de homeopatia também vem intensificando suas ações com distribuição de medicamento homeopático contra a dengue e orientação. Laila lembra que o complexo homeopático não é uma vacina: ele ajuda a atenuar o quadro febril agudo, as dores no corpo e diminuir os riscos das complicações hemorrágicas.
- É importante frisar que os cuidados para evitar a proliferação do mosquito aedes aegypti, é primordial para evitarmos a doença. Devemos eliminar os recipientes que acumulam água, pois são os locais de proliferação dos mosquitos, alerta.
Dengue Tipo 4
Outra preocupação das autoridades de saúde do país é a introdução do vírus tipo 4. As pessoas que viajaram o período do carnaval para as cidades como Rio de Janeiro e Niterói onde já confirmaram o novo vírus devem ficar atentas a qualquer sintoma da doença.
- O infectado que retorna de áreas em que a doença já se alastrou pode servir como foco de transmissão, já que podem ser picados por mosquitos que, depois de contaminados, espalham a doença entre a população, explica Laila Nunes.
Ela lembra ainda que a variação não é mais agressiva ou mais contagiosa que os outros tipos de dengue, mas o fato da doença ser inédita na região implica que a população ainda não possui imunidade.
- Há quatro tipos de vírus da dengue, que provocam os mesmos sintomas e os pacientes fazem o mesmo tratamento, em todos os casos. Mas nesse momento o vírus quatro preocupa mais porque ele não existia antes no Brasil. Por isso a maioria das pessoas não tem defesa contra esse tipo de vírus, falou.
Os vírus podem causar tanto a dengue clássica quanto a hemorrágica, uma forma mais grave. A pessoa que pega a doença por um tipo do vírus fica protegida contra ele, mas não contra os outros três tipos.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o número dos casos de dengue em todo o país diminuiu no início desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Mas 50% das amostras de exames analisadas pelo Ministério da Saúde estavam positivas para o tipo quatro.