No próximo dia 18 será comemorado o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, e para que este ideal de luta possa ser possível, a prefeitura de Macaé através da Secretaria de Saúde, vem desenvolvendo diversos programas para atender as pessoas com transtornos mentais.
Para comemorar a data, que tem como lema “Cuidar sim excluir não”, será realizado um ciclo de palestras no auditório da Fundação Educacional de Macaé (Funemac). A partir das 9h e às 13h, na Praça Veríssimo de Melo, serão feitas oficinas, leitura de Cordel e peça de teatro.
O gerente do Programa de Saúde Mental da Coordenação de Saúde Coletiva, Julio César Silveira, ressalta que as políticas públicas e a compreensão da sociedade que poderão levar mais adiante as práticas de tratamento em saúde mental que trabalham a favor da liberdade e contra o isolamento.
Em Macaé, a SEMUSA criou substitutos através da Rede de Atenção Psicossocial formada por ambulatórios, CAPS, projetos e programas que visam desenvolver novos serviços e melhorar o atendimento a pessoas “diferentes” consideradas loucas.
De acordo com o terapeuta ocupacional, Júlio César da Silva, atualmente no CAPS estão cadastradas 80 pessoas, cuja proposta é promover a inserção social destas pessoas, impedindo que vivam um circulo vicioso de isolamento e internação em hospitais psiquiátricos.
A unidade oferece atendimento de 8h às 18h, com oficinas terapêuticas, atendimento individual, grupo de familiares, oficinas de geração de renda, oficina de capoeira e teatro, oficina de humor, entre outros.
A equipe do CAPS é composta por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiro, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, oficineiros, auxiliares de serviços gerais, auxiliares administrativos, porteiros, copeira, além de voluntários.
Residência Terapêutica – Dentro da proposta de Reforma Psiquiátrica do Ministério da Saúde, a Semusa criou uma Comissão para efetivação do Projeto de Residência Terapêutica para as pessoas que não têm família. A terapeuta ocupacional, Jurema Avelar, ressalta que o objetivo do projeto é a ressocialização do portador de transtorno mental. “Este projeto da residência terapêutica visa o resgate da cidadania do paciente, o estímulo à autonomia e a reabilitação psicossocial”, diz.
Jurema acrescenta que 20% das pessoas que hoje estão internados não têm casa. Na Residência Terapêutica irão morar até oito pessoas que serão acompanhadas por um cuidador e terão que participar das atividades do CAPS. “Estamos na fase de verificação dos pacientes que estão internados em hospitais psiquiátricos da região para ver os que têm condições de retornar. È bom lembrar que a lei é para pacientes com mais de dois anos de internação”.
Outro dado é que nos últimos seis anos foram extintos 2.052 leitos em Hospitais Psiquiátricos no Estado do Rio de Janeiro.