Nesta sexta-feira (28), é comemorado o Dia Nacional de Prevenção à Mortalidade Materna. Dentro da proposta do Ministério da Saúde pela redução mortalidade materna, a secretaria de Saúde de Macaé (Semusa) criou o Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil.
A coordenadora do Programa de Saúde da Mulher, Vanja Beatriz explica que o comitê é o órgão oficial encarregado de analisar os óbitos e auxiliar a Secretaria de Saúde na construção de estratégias que visem à melhoria da saúde materno-infantil. São membros do comitê médicos obstetras, neonatologistas, enfermeiras obstetrizes, membros da rede de assistência à saúde, usuários e comunidade.
Dados do comitê, entre os anos de 1997 e 2008 foram registradas 18 mortes maternas no município (fonte Ministério da Saúde / DATASUS). O professor adjunto doutor do curso de Medicina da UFRJ (Campus Macaé) e membro do Comitê, Antônio Braga, lembra que 2009, com a vinda dos Cursos de Medicina, Enfermagem e Nutrição da UFRJ, docentes desses cursos passaram a participar das reuniões do Comitê.
- É uma forma de integrar a Universidade às demandas sociais e devolver ao município parte dos investimentos feitos pela prefeitura e a Fundação Educacional de Macaé (Funemac) à instalação do Campus da UFRJ na cidade, mediante cooperação acadêmica e consultoria técnica especializada, fala.
O doutor Antônio observa que são muitos os desafios de Macaé no que toca a saúde da gestante e de seu concepto, mas muito já se conseguiu.
- O Hospital Público Municipal (HPM) mantém CTI materno e UTI neonatal, 80% das grávidas de Macaé têm mais de sete consultas pré-natal, somente 0,69% das gestantes não têm nenhum acompanhamento pré-natal, 99,93% dos partos ocorrem sob supervisão de profissional especializado. As equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) organizam-se para promover assistência pré-natal de qualidade. O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente está atento para a atualização permanente dos profissionais envolvidos nesse cuidado, declara.
No que diz respeito a melhoria da assistência a saúde da gestante o doutor Antônio pontua algumas ações que devem ser implementadas como o aumento da captação precoce do pré-natal pela ESF e pelas Unidades Básicas de Saúde, melhoria da assistência pré-natal prestada nas unidades (quantidade de consultas e qualidade do serviço), garantir agilidade nos resultados dos exames, ampliação da participação de equipes multiprofissionais na assistência pré-natal/parto/puerpério, melhora do sistema de referência - contra-referência para situações de gestação de alto-risco.
Neste contesto de redução da mortalidade materna, ele acrescenta que outras medidas devem ser tomadas como a melhoria do atendimento de planejamento familiar, evitando que gravidezes não desejadas ocorram, notadamente entre adolescentes (19% das gravidezes em Macaé são de adolescentes) e implementação de um sistema de verificação de óbito com recursos de anatomia patológica.
- Devemos continuar atentos e engajados na luta pela prevenção de mortes maternas e perinatais, afinal de contas, gravidez não é doença e nossas mulheres não precisam ter suas vidas ceifadas no momento mais belo de suas existências: a maternidade, ressalta.
A morte materna é definida como sendo a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou não.
A Coordenação do Programa de Saúde da Mulher irá participar do evento promovido pela secretaria de Políticas para a Mulher que acontece nesta sexta-feira (28). Será colocado um estande para orientação da população.