Os Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, promoveram, na segunda-feira (23), a segunda edição do “Diálogos em Saúde Mental – é conversando que a gente se entende”, no auditório do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). O evento, que abordou diversos temas, contou com o teatro do oprimido, trabalho realizado com os usuários do Caps Betinho.
O encontro teve como foco a afetividade e a inclusão social entre portadores de qualquer deficiência física ou mental, mediado por psicólogas e pedagogas e representado pelo grupo “Eu não quero ser chamado de maluco” por meio da peça teatral “Maluco Não!” com abordagem nos conflitos e problemas diários que vivenciam estas pessoas.
- Foi bacana, falamos da questão do afeto em relação ao próximo, inclusão do portador de qualquer transtorno mental ou deficiência física. A sociedade precisa conviver com as diferenças, afirmou a terapeuta ocupacional do Caps Infantil, Sueli Benanti.
Segundo o musicoterapeuta do Caps Betinho, Nelson Falcão Cruz, a plateia entra para dialogar com a realidade colocada de forma teatral. Assim, cada intervenção é única. Isto é, o público entra no papel do personagem, intervindo de forma diferenciada.
Teatro em saúde mental
A troca de experiências entre o Teatro do Oprimido e a Saúde Mental não é recente, nem restrita ao território nacional. Desde os anos 80, na França, em Cherbourg, profissionais da área de psiquiatria trabalham com as técnicas do Teatro do Oprimido. O mesmo acontece em Bradford, Salford e Hebden Bridge, na Inglaterra. No Brasil, o método começou a ser aplicado nos anos 1990.
A partir de 2008, o projeto se transformou no programa Teatro do Oprimido na Saúde Mental, patrocinado pelo Ministério da Saúde, por intermédio do Fundo Nacional de Saúde, atua nos Centros de Atenção Psicossociais – Caps e Unidades Básicas de Saúde – UBS dos Estados (pólos) de São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe.