O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, garantiu nesta quarta-feira (14) a vinda de 32 homens para reforçar o efetivo da Polícia Militar do 32º Batalhão e a implantação da Delegacia Legal em Macaé. Beltrame se reuniu com o prefeito em exercício, Carlos Augusto de Paula, o Carlão, o vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança e secretário de Governo, André Braga, vereador Jorge de Jesus, representantes da classe empresarial, da sociedade civil organizada e de todas as forças de segurança da cidade, no gabinete do prefeito.
“Recebemos a visita do prefeito de Macaé e de outros representantes da comunidade, estudamos as demandas que foram passadas e vamos fazer um incremento de efeito na Polícia Militar”, disse, se referindo ao encontro com o prefeito Riverton Mussi, na semana passada, no Rio. Riverton já desapropriou uma área para a construção da Delegacia Legal e disse que o município pode construir o prédio em parceria com o Estado.
Segundo Beltrame, a implantação da Delegacia Legal depende do orçamento do Estado. “Quando tivermos a liberação de uma parte do orçamento, que acredito que seja na semana que vem, poderemos encaminhar o termo de convênio, que está na prefeitura. Em curtíssimo tempo vamos executar este projeto com recursos municipais e do estado”, disse.
A aproximação do prefeito Riverton Mussi e do vice Carlão - que é o prefeito em exercício - junto ao governador Sério Cabral foi destacada pelo vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança e secretário de Governo, André Braga, como um fator que vai contribuir para as medidas contra a criminalidade em Macaé.
- Esperamos que o anúncio do incremento no aparato policial seja o primeiro de muitos investimentos na área de segurança de Macaé que deverão vir para sanar o problema de falta de segurança na cidade. A vinda do secretário de Estado e de todo o comando da polícia do estado demonstraram a preocupação com Macaé – ressaltou André Braga.
O Secretário de Estado de Segurança opinou que não vê a necessidade da Força Nacional de Segurança em Macaé. “A força nacional tem a missão específica no Estado do Rio de Janeiro de fazer uma malha de proteção nas divisas e está sendo integrada com as polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro, em uma missão específica dirigida ao pan-americano. Vejo que não há essa necessidade”, comentou.
De acordo com Beltrame, o Estado vai formar um canal de comunicação direto com as forças municipais para incrementar a segurança em Macaé. “Temos medidas que serão tomadas mais para frente que prefiro não revelar”, acrescentou.
O comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Ubiratan D’Angelo Oliveira, disse que serão 32 policiais recém-formados de Campos que serão agregados ao grupamento do 32º Batalhão de Polícia Militar, além de outras medidas que ele não quis revelar. Já o comandante do 32º BPM, Rosano Augusto Souza, defendeu a formação de um cinturão de policiamento integrado para combater a criminalidade na cidade.
IML
Depois da reunião no gabinete, o secretário de Segurança, o prefeito em exercício e demais assessores fizeram uma visita técnica ao prédio da Polícia Técnica, na Linha Verde, onde também funciona o Instituto Médico Legal (IML). Durante a inspeção, Beltrame disse que serão reiniciadas as obras do prédio, que estão paralisadas. Carlão colocou a prefeitura à disposição para firmar novas parcerias com o IML, que já funciona com apoio da prefeitura.
Uma equipe da prefeitura, formada pelo assessor especial da Secretaria de Obras, Marcelo Mussi, e pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, Eric Shueler, vão fazer um levantamento de toda as necessidades do IML. O diretor de Polícia Técnica, Walter Barros, disse que com a conclusão das obras, será possível oferecer à prefeitura o serviço de verificação de óbitos para casos de morte de causa desconhecida. Em contrapartida, o município daria ao IML a manutenção de equipamentos e serviço de limpeza.
Delegado afirma de 80% dos assassinatos têm relação com tráfico
O delegado titular da 123ª Delegacia de Polícia Civil, Daniel Bandeira, informou que cerca de 80% dos assassinatos de jovens ocorridos em Macaé são ligados ao narcotráfico. “A Delegacia Legal será importante para melhorarmos a situação de segurança na cidade, o sistema de informação de investigação, o dinamismo das negociações e a permanência de policiais na cidade. Podemos adiantar que haverá reforço no efetivo de funcionários”, comentou. Bandeira disse que cerca de 25 ocorrências são registradas por dia na delegacia de Macaé.
O delegado da Polícia Federal, Eduardo Fontes, salientou que a reunião desta quarta foi importante para integração das polícias civil, militar e federal. “Daremos bom combate à criminalidade em Macaé e a sociedade que vai ganhar com isso”, pontuou Fontes.
O chefe da Polícia Civil, Gilberto Ribeiro e o comandante do terceiro Policiamento de Área do Interior, José Alberto Marques, também participaram da reunião, além dos comandantes da Guarda Municipal, Antonio Franco; da Defesa Civil, Eric Shueler; do Corpo de Bombeiros, Renato Caldas; o secretário de Comunicação, Romulo Campos; os presidentes da Associação dos Hotéis de Macaé, Marco Maia; da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), José Edmundo; da Associação Comercial e Industrial de Macaé (Acim), Francisco Agostinho e da Comissão Municipal da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Francisco Navega.
*Colaborou Genimarta Oliveira