Pecuaristas da região reuniram-se, na tarde desta quinta-feira (12), com o deputado e secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, na Churrascaria Galope, e o representante do Frigorífico Bertin, o maior exportador brasileiro de carne, sediado em São Paulo. Representava o grupo, o diretor Plínio Bastos de Barros Netto. Em pauta, a preocupação dos pecuaristas da região, assim como todos do Estado do Rio, com o preço do boi. Segundo eles, o Rio de Janeiro é o segundo centro consumidor do país e tem, hoje, o menor preço, trazendo dificuldades para o setor.
De acordo com o secretário Christino Áureo, o encontro teve objetivo de encontrar uma solução que atenda às expectativas dos produtores da região, que encontram dificuldades na colocação do produto no mercado pelos baixos preços.
- Essa preocupação é também nossa, porque compreendemos a importância dos produtores na geração de emprego e renda para os trabalhadores da zona rural. Embora o Rio de Janeiro seja um dos maiores mercados consumidores de carne, consumindo 500 mil toneladas de carne ao ano, e tenha um rebanho de indiscutível qualidade, o preço é baixo, porque o Estado tem frigoríficos pequenos.
O secretário disse que os pecuaristas estão dispostos a unir forças e levar o gado para abate em São Paulo, num grande frigorífico como o Bertin, trazendo a carne de volta para a venda no mercado fluminense.
- Para o Estado, isso não representa perda, pois a carne vai e volta. Já conversamos com o prefeito Riverton Mussi, que se mostrou entusiasmado com a idéia de trazer para Macaé um pólo agroindustrial, tendo um frigorífico como âncora – disse Christino.
O secretário lembrou que Macaé é bem localizado, fica perto de grandes centros consumidores e um frigorífico é bastante atrativo, cuidando não apenas do abate, mas do beneficiamento do couro e de outras matérias-primas. “Um frigorífico produz biodiesel, através do sebo, faz sabão, botão e até osso para brinquedo de cães”, disse o secretário, lembrando que o Frigorífico Bertin produz a melhor carne do Brasil, tem 30 mil funcionários e é um grande grupo.
- São discussões ainda iniciais, mas compreendemos as preocupações dos produtores. Se incentivarmos a construção de um frigorífico, estamos incentivando o campo, um caminho para o futuro da região pós-petróleo e olhando a vocação de nosso Estado e do município. A idéia tem o apoio do governador Sérgio Cabral e do prefeito de Macaé, Riverton Mussi, já que a região tem tradição pecuária – disse Christino.
O vereador George Jardim considera a idéia positiva e disse que os pecuaristas têm que buscar opções que vão atender ao homem do campo, que não vem encontrando condições de sobrevivência na região de origem.
- A implantação de um pólo agroindustrial em Macaé, com a construção de um frigorífico, terá importância para a qualidade da carne que chega ao consumidor, evitando o abate clandestino. Isso significa, além de ganho para o proprietário do rebanho, saúde para o cidadão e geração de emprego e renda para a região – disse George Jardim, ressaltando que a idéia tem a aprovação do prefeito e da Câmara Municipal.
Representando Frigorífico Bertin, Plínio Bastos de Barros Netto disse que sua visita representa conhecer a viabilidade técnica da região, tanto para a compra da carne dos pecuaristas locais, quanto para a implantação de um frigorífico na área.
- Nosso grupo vai estudar a questão tributária, a disponibilidade de animais. Numa visão inicial, consideramos a logística boa. Christino Áureo é o padrinho da idéia, mas a grupo vai estudar a questão – disse Plínio.
- Esse é um momento de reflexão, porque compreendemos a preocupação dos produtores. Já que o Estado é o maior mercado consumidor e a carne é de qualidade, o produtor precisa de um preço melhor para colocar seu produto no mercado – disse Eduardo Jardim.
Da reunião participaram o vice-presidente da Câmara de Macaé, o vereador e proprietário rural, George Jardim, o secretário Executivo do Interior, Eduardo Jardim, o presidente da Comissão Municipal de Firjan, Francisco Navega, e os pecuaristas Gonçalo Meireles Dias, da Primus Ipanema Agropecuária, Antônio Carlos Lima, da Fazenda Ilha da Saudade, na Bertioga, Maurício Martins, da Agromon, Luiz Adilson Bon, da Fazenda Ventania, Roberto Sampaio Corrêa, da Coqueiral Agropecuária Ltda e o assessor especial Marcelo Figueira, o Xexéu.