O investimento em qualificação profissional e em estratégias de inclusão, por meio da educação, como o Complexo Universitário, foram os principais pontos abordados pelos secretários de Governo, André Braga e Comunicação, Romulo Campos, durante palestras proferidas para prefeitos de cidades do Estado de Sucre, na Venezuela, e gerentes da Corporação Venezuela de Petróleo (CVP), a Petróleos de Venezuela (PDVSA), além de uma deputada do país, nesta terça-feira (12). Os encontros foram realizados na Incubadora de Cooperativas.
André Braga fez a abertura do workshop e abordou o tema “Plano Especial para Desenvolvimento e Infra-estrutura”, no qual contou a história de mudança do ciclo econômico da cidade, da pesca para o petróleo e abordou os impactos – positivos e negativos – que o arranjo produtivo do petróleo trouxe para a cidade. O aumento da receita com o repasse dos royalties e o crescimento da demanda social foram discutidos pelo secretário.
- Os royalties do petróleo são usados para garantir a infra-estrutura que a cidade precisa, mas é preciso lembrar toda a demanda que Macaé sofre por causa do mito criado erroneamente no passado de que o município é o novo Eldorado. Esse mito trouxe gente de todo o Brasil para a cidade, que, sem qualificação profissional para a indústria do petróleo ficou à margem do desenvolvimento da cidade, invadiu Áreas de Preservação Ambiental, Áreas de Preservação Permanente, criou bolsões de pobreza e inchaço populacional – ressaltou.
As ações para envolver a sociedade macaense no processo de desenvolvimento da cidade foram pontuadas por André Braga e reforçadas por Romulo Campos como metas do governo. “O desenvolvimento para todos é a meta do governo municipal, que está incorporando a comunidade no processo de crescimento da cidade, com investimento em qualificação profissional e educação”, disse.
O secretário de Comunicação explicou aos venezuelanos que o Complexo Universitário vai unir universidades públicas e privadas em cursos apontados como necessários pelo mercado de trabalho de Macaé. “O Ensino Superior, mesmo não sendo de responsabilidade do governo municipal, tem orçamento específico em Macaé. Queremos oportunizar que o macaense faça cursos de graduação para participarem do desenvolvimento da cidade”, frisou.
Romulo Campos, que discursou sobre “Práticas de Comunicação da prefeitura de Macaé junto à comunidade”, explicou aos prefeitos e à deputada a necessidade da transparência no processo de comunicação de uma gestão pública. “Em Macaé, em todas as obras são instaladas placas informativas com valores, prazo de execução e empresa responsável pelos serviços”, exemplificou.
Um dos gerentes da PDVSA e integrante da comitiva, Jesus Arenas, afirmou que o objetivo da visita foi conhecer as experiências de Macaé com o arranjo produtivo de petróleo e gás e obter informações do impacto da economia da cidade com o petróleo. “Queremos planejar, tanto na infra-estrutura, quanto na educação, o investimento que o gás offshore vai trazer para o país”, disse. O estado de Sucre, de onde a maioria dos visitantes veio, começa a trabalhar com o gás offshore. As perfurações começam em março de 2007.
O prefeito de Arismendi, estado de Sucre, José Ramón, observou que Macaé é uma referência para a Venezuela na exploração de petróleo. “Queremos conhecer os impactos para prepararmos nosso país”, disse. A deputada da Venezuela e representante das comunidades indígenas, Maria Andarcia, fez perguntas da área de comunicação direcionadas ao secretário da pasta e salientou a importância do processo de comunicação dentro do planejamento junto às comunidades.
A vinda dos venezuelanos em Macaé foi fruto de reunião do prefeito Riverton Mussi (PSDB) com o diretor-gerente da Corporação Venezuela de Petróleo (CVP), Carlos Figueredo, na Rio Oil & Gas, no Rio, em setembro.