Cerca de 200 animais silvestres foram atendidos, neste ano, pelo setor de proteção a fauna e controle de pragas da Secretaria de Meio Ambiente (Semma). O balanço foi feito, nesta quinta-feira (17), pela equipe de biólogos após constatarem a reabilitação de 92 aves, 73 mamíferos e 23 répteis.
De acordo com o biólogo Alexandre Bezerra, o seto,r que foi criado pela atual gestão ambiental, melhorou em cem por cento o tratamento dado à fauna macaense. “Depois que o setor foi implementado conseguimos consolidar todos os dados sobre a fauna do município de Macaé e registrar fatos relevantes sobre as espécies mais atendidas e os locais da ocorrência”, disse, revelando que antes, as informações referentes ao atendimento e reabilitação dos animais silvestres estavam fragmentadas e muitos dados se perderam no decorrer do tempo.
O biólogo informou que todos os animais silvestres e marinhos que têm sido resgatados acidentados (atropelados, machucados com lesões físicas) ou debilitados e entregues na Secretaria de Meio Ambiente, após a avaliação de médicos veterinários e biólogos do setor de Fauna, são devolvidos ao seu habitat natural - a Mata Atlântica, a Baixada Litorânea e a Região Marinha.
Para o resgate das aves (pingüins, garças, fragatas, siriemas, gavião, biguá), mamíferos (macaco bugio, gambás, quatis) e répteis (cobras, tartaruga marinha e jabuti) a Semma tem contado com o apoio da população e de parceiros como a Guarda Ambiental, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos, Colônia dos Pescadores, Forte Marechal Hermes, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e Petrobras, entre outros.
O secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz disse que o fortalecimento do setor de Fauna Silvestre é uma das prioridades do governo Riverton Mussi para 2010. “Prevemos para o próximo ano a construção de um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) com o aval do prefeito Riverton Mussi e o apoio do superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado do Rio, Adilson Gil, e vamos buscar parceiros para sua manutenção. O projeto envolve ações de educação ambiental e de turismo, que podem agregar valor ao Cras e faz parte de nossa diretriz de desenvolver políticas públicas voltadas para o meio ambiente e a preservação do ecossistema”, assegurou.
Projeto Cras Atalaia – O objetivo do Cras que ficará localizado no Parque Atalaia é a reabilitação de animais silvestres e marinhos e posterior soltura em áreas cadastradas. Os animais doentes ou portadores de patogênicos não serão levados para o Parque Atalaia, mas para uma quarentena em local adequado.
Na opinião da bióloga Carmen Daumas, o trabalho de reabilitação também tem o objetivo de estimular a noção ecológica e a educação ambiental dos visitantes do Parque e do entorno. “Através de palestras e visitas técnicas de multiplicadores ambientais - professores, ambientalistas, autoridades, suscitaremos a conscientização ambiental dos visitantes das instalações do parque.
Biodiversidade macaense – Por causa da biodiversidade da fauna macaense e sua posição no litoral norte fluminense em relação à questão ambiental, os representantes do Ibama, que estiveram em Macaé na semana passada, pensam na possibilidade de regionalizar o Cras Atalaia. “Conversamos sobre a possibilidade de Macaé sediar um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres para atender não só o município, mas toda a região. Estamos em busca de parceiros para o projeto”, disse o superintendente Adilson Gil.
Mais um resgate – Mais uma tartaruga verde (Chelonia mydas) foi resgatada pela equipe de técnicos e biólogos da Semma, no final de semana. Trata-se de uma espécie muito comum no Brasil que está na lista das ameaçadas do Ibama, não é considerada uma casta em perigo, porem é vulnerável porque ocorre em mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor de ilhas.
Segundo o técnico Rodolfo Coimbra, esta espécie que foi encontrada em estado debilitado no Píer da Petrobras, na Imbetiba, media aproximadamente um metro. Ele disse que sua dieta varia durante o ciclo de vida e que enquanto filhote é uma espécie onívora, tornado-se herbívora quando adulta. “Fizemos o tratamento inicial aqui na Semma e adequamos o transporte para encaminhá-la ao Projeto Tamar em Campos, onde será avaliada e medicada.