Os moradores do bairro Sol y Mar e arredores já estão em clima de contagem regressiva para o início das obras do programa Água Limpa, marcadas para o próximo dia cinco. Por ser a região da cidade que tem os pontos mais críticos de alagamentos, o bairro foi o escolhido para a primeira etapa da obra, orçada em R$ 35 milhões. No total, o Água Limpa prevê R$ 277 milhões em obras de macrodrenagem e saneamento para toda a cidade para os próximos quatro anos. As obras vão acompanhar o crescimento do município pelos próximos 20 anos.
- Há anos sofremos com os alagamentos, responsáveis pela desvalorização dos imóveis do nosso bairro. Estamos dando um voto de confiança à prefeitura. Temos muita esperança que esta obra vá resolver este problema de uma vez por todas, disse a presidente da Associação de Moradores do Sol y Mar, Roseli dos Santos Gomes.
A primeira fase das obras inclui o alargamento dos canais que cortam as avenidas Evaldo Costa, Antônio Curvelo Benjamim e Fábio Franco, aumentando o escoamento da água da chuva. Na Avenida Fábio Franco, por exemplo, o canal recebe a água da chuva de vários bairros, mas próximo à Rua Télio Barreto, a passagem fica estreita, dando vazão a apenas 20% do volume. Resultado: o canal acaba transbordando, alagando as ruas e causando muitos transtornos.
Na apresentação do programa nesta quinta-feira (24), o prefeito explicou para os moradores mais detalhes da obra na região do Sol y Mar. O projeto prevê a construção de novas travessias sobre o canal da Fábio Franco, com dimensões retangulares e maiores para aumentar a passagem de água, solucionando o problema do estreitamento.
Na Rua Prefeito Antônio Curvelo Benjamim, será construído um novo canal, substituindo o atual, que tem apenas duas manilhas estreitas para o escoamento. O novo canal será de concreto, retangular, com 6,5 metros de largura e 3,5 metros e meio de profundidade.
Na ciclovia Ayrton Senna, na Avenida Evaldo Costa, também será construído um novo canal de concreto retangular, no lugar da galeria tubular existente, com tubo de armco com apenas dois metros de diâmetro. O novo canal terá 4,5 metros de largura e 2,5 metros de profundidade.
- As obras vão causar transtornos, mas pedimos a paciência dos moradores, pois nosso objetivo é trazer de volta a tranqüilidade a todos. Na Evaldo Costa, assim que terminarem as obras do canal vamos recuperar a ciclovia Ayrton Senna, fazendo a urbanização completa, com iluminação. Queremos ver o mais rápido possível a volta da valorização dos imóveis desta região , disse o prefeito.
Construção do Parque da Cidade aumentou o problema
Levantamento feito pela prefeitura apontou que na maioria dos bairros de Macaé, a rede coletora, estações elevatórias e de tratamento de esgoto não acompanharam o crescimento do município. Além disso, na maior parte da cidade as residências joga o esgoto diretamente nas galerias de águas pluviais, e os canais são estreitos e não dão conta da vazão da água da chuva. “Por estas razões, as enchentes são inevitáveis. Quando chove acima da média, e quando a maré está alta, o escoamento fica ainda mais prejudicado. Ao longo dos anos, Macaé não recebeu obras de infra-estrutura prevendo o seu crescimento”, lembrou o prefeito.
Na região do Sol y Mar, os moradores lembram que o problema dos alagamentos piorou com a construção do Parque da Cidade, na Praia Campista, em 2004. O local era um “piscinão” natural, que recebia toda a água da chuva. Morador do bairro, o ex-vereador Hélio Lessa lembrou que na época da construção do Parque a Câmara cobrou da prefeitura a construção de uma rede de drenagem ou mesmo de um outro reservatório, já prevendo os problemas. “Nada foi feito, e agora sofremos toda vez que chove mais forte”, lembrou Lessa.