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Solar dos Mellos é palco da Mostra Vagalume de Curtas Regionais

21/11/2016 18:07:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo e Mônica Braga

Foto: Divulgação

Prefeitura valoriza talentos regionais e incentiva novas produções

A Cia Grotoskos apresentou nesta sexta-feira (18), no auditório do Solar dos Mellos, a I Mostra Vagalume de Curtas Regionais, entre eles o "Carijó", cuja trama se passa na Região Serrana de Macaé e mostra dificuldades financeiras de uma família do interior. Cerca de cem pessoas prestigiaram a exibição dos filmes, que foi dividida em duas sessões, marcando uma manifestação significativa da arte e da cultura.

Eliz Brito, roteirista e diretora da obra cinematográfica "Carijó", destaca a importância da valorização das coisas simples. "O filme mostra a velha receita de ser feliz com o que se tem, mesmo que seja pouco, e com apenas nove minutos de duração, alcança o objetivo com essa mensagem", disse a roteirista.

Quem fez a trilha sonora do filme "Carijó" foi o violonista e guitarrista Robson Farah. Ele disse que conseguiu unir ritmos brasileiros como os sons pernambucanos 'Maracatu' e 'Coco' a uma viola de 12 cordas. "Foi maravilhoso esse trabalho: minha primeira trilha sonora", enfatizou.

Após a exibição dos curtas, o ator e produtor cultural, Hélder Santana, que também atua no setor de produção da Fundação Macaé de Cultura (FMC), pontuou sobre o cinema independente, dando ênfase na questão da produção audiovisual. "Macaé e região têm a possibilidade real de serem difusores de produções audiovisuais, sendo para isso necessário que se dêem a organização dos produtores e uma maior participação do poder público, por intermédio de leis de incentivos municipais. O filme 'Carijó' é sensível e divertido, sua fotografia foi o ponto alto da obra", disse.

Exibição de 'Carijó' emociona plateia

- O filme 'Carijó' passa uma visão poética de vida na serra, sendo muito emocionante por causa da simplicidade, na qual há uma realidade recheada de ternura – diz o expectador e ator Fernando Clauscen. Já a psicóloga Cynthia Losada comenta que este foi um curta cheio de sensibilidade, fazendo-a lembrar de seu passado com saudosismo, quando via casas simples em suas idas ao interior macaense, numa época em que passava sua infância na roça.

Para o diretor de teatro, poeta e ator Ademir Martins, esse filme registra uma documentação da arte. "A raça humana não consegue viver sem arte. Desde os primórdios da humanidade existem os fundamentos necessários à vida do homem: arte, religião e ciência. É necessário que haja expressão do outro. Nenhum país digno vive sem cultura, é a identidade de um povo, de uma comunidade", filosofou.

Outros curtas marcam a noite

Sobre o Jongo -
dança de matriz africana com histórias e depoimentos.

Hipnóticos - um projeto para websérie de ficção adolescente que apresenta a existência de novos seres sobrenaturais com diferentes dons de controle mental.

Santa TV Brasileira - representada por uma escultura, com manto, onde o rosto era uma tevê exibindo programas e sugerindo considerável intervenção na vida dos telespectadores.

Sexo, Birita e Bolero - retrata conflitos de gerações em que mãe e filho têm universos culturais, de diversão e lazer diferentes. Ficando para o público discernir em quais atividades recreativas há mais qualidade de vida, que, para o diretor e também ator, Reinaldo Barreto Lisboa, se perde com o passar dos anos. Há ainda referência à juventude interiorana, sem muita opção de lazer, de modo que os jovens bebem demais, ficando para a personagem adulta da trama, a realização de um lazer mais harmônico, que deu a ela um par romântico.

Fundação Macaé de Cultura incentiva arte e cultura

A presidente da Fundação Macaé de Cultura, Tânia Jardim e o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, o professor de História Ricardo Meirelles, prestigiaram a mostra dos curtas. "O fato de proporcionarmos espaço e apoio a empreendimentos culturais, como esses filmes, nos satisfaz devido à possibilidade de acesso à cultura, disseminando ainda a valorização da sétima arte em nosso município", afirmou a presidente da Fundação Macaé de Cultura.

Ricardo Meirelles finaliza fazendo referência ao curta "Carijó". "O filme foi cômico, mas teve no seu desenrolar, uma linha romântica, ressaltando a criatividade do povo brasileiro, que apesar das dificuldades, consegue uma solução", considerou.