Foto: Kaná Manhães
O Solar dos Mellos está sendo cada vez mais procurado por pesquisadores
Fonte de pesquisa e dono de um rico acervo sobre Macaé, o Solar dos Mellos está sendo cada vez mais procurado por pesquisadores de toda a região. Os pesquisadores vão a esse órgão público para obter dados históricos que satisfaçam seus estudos. Nesse centro cultural, os interessados têm à disposição inúmeras obras literárias de História regional, local e brasileira.
Segundo o historiador Bruno Rodrigues de Azevedo, a maior parte dos estudiosos busca livros sobre Macaé. “ O livro ‘História e Memória – Macaé’, coordenado por Paulo Knauss, é muito procurado. O livro ‘Síntese Geo - Histórica’ também é muito pesquisado”, conta ele. Bruno lembra o Solar tem cerca de 70 títulos sobre a capital nacional do petróleo disponíveis.
São temas importantes para os pesquisadores assuntos como: nativos da região, Rio Macaé, o porquê e a origem dos nomes de ruas, a arte e os artistas macaenses, a obra do cartunista Seth, lendas e histórias, canal Campos-Macaé, a população afro-descendente, escravidão, Motta Coqueiro, colonização, progresso em Macaé, Palácio dos Urubus, urbanização, carnaval macaense e outros conteúdos.
Facilitando a vida dos estudiosos sobre Macaé, há no Solar livros cujo conteúdo é formado por jornais valiosos por expressar toda uma relevância de um tempo passado. Jornais antigos como ‘O Século’, de 1886; ‘O Rebate’ na década de 60 e ‘O Debate’ (de 1980 a 2006) encontram-se à disposição dos interessados.
A pesquisadora Aline Machado Magalhães, 23 anos, estudante do 10º período de Geografia na PUC – Rio, está pesquisando sobre a formação da vila de Macaé até os dias atuais. Seu trabalho é para a monografia “A gestão territorial no distrito sede do município de Macaé: a (re) estruturação espacial a partir das relações entre a prefeitura e a Petrobras”.
- Estou estudando o contexto de Macaé (política e estrutura) a fim de entender como a cidade era antes e as mudanças que a Petrobras promoveu aqui – pontua a futura geógrafa.
O resgate da memória macaense
De acordo com Bruno Azevedo, há um enriquecimento dos conhecimentos sobre Macaé, uma vez que a identidade macaense, sua cultura e memória são resgatadas e valorizadas. Existe todo um fortalecimento de hábitos e valores locais. Muitos macaenses buscam resgatar sua cultura partindo da premissa de que os valores externos vindos com novos moradores oriundos de outras cidades modificaram os costumes e hábitos anteriores ao boom do petróleo.
Para o historiador, houve uma mistura dos valores dos novos e antigos habitantes de Macaé. “Essa mistura é a realidade atual. Nosso papel é resgatar nossa história, nossos valores e costumes. Temos o objetivo de resgatar a cultura macaense”, afirma ele.
Para concluir, Bruno conta que existe um roteiro documental apontando diversas fontes para averiguar e investigar a história macaense. São acervos públicos, eclesiásticos e jurídico-cartoriais, além de acervos privados. “Esse roteiro será atualizado”, finaliza.