Foto: Rui Porto Filho
Solar dos Mellos sedia mostra com filmes da alta cultura nacional
O Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé, da Fundação Macaé de Cultura, será ponto de exibição, entre os dias 3 e 6 de fevereiro, da 9ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul. O evento é uma das estratégias do governo federal para consolidação da cultura dos direitos humanos, através de uma política de educação fundamentada no reconhecimento da linguagem cinematográfica como instrumento efetivo na sensibilização para temas de direitos humanos.
O presidente da Fundação Macaé de Cultura, Juliano Fonseca, reconhece a importância dos direitos humanos principalmente na época atual. “É uma oportunidade de estar mais atento às discussões a respeito de um tema tão relevante nos dias de hoje”, destacou.
Através do projeto Democratizando, que desde 2013 traz uma proposta de descentralização da Mostra, o Solar dos Mellos e outros 924 pontos de exibição em todo o Brasil receberam kits contendo seis filmes escolhidos pela curadoria do projeto para serem exibidos até março deste ano. Os pontos de exibição são cineclubes, instituições de ensino, museus, bibliotecas, sindicatos e associações. Todos os filmes possuem closed caption, opção de áudio-descrição, além de legendas em cinco idiomas: árabe, espanhol, inglês, francês e mandarim. Haverá debates ao final de cada exibição.
A homenageada da 9ª Mostra é a cineasta carioca Lucia Murat (1949). Lucia foi presa e torturada durante o regime militar no Brasil, e suas obras são fortemente influenciadas pelas experiências vividas durante a militância e o encarceramento. Além do filme Que bom te ver viva, de 1989, a ser exibido durante a Mostra no Solar dos Mellos, Lucia Murat dirigiu, entre documentários de ficções os filmes O pequeno exército louco (1984), Doces Poderes (1997), Brava gente brasileira (2000), Quase dois irmãos (2004), Maré, uma história de amor (2007), Olhar estrangeiro (2011) e A memória que me contam (2011).
A 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul é realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura. A mostra é uma produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio do Departamento de Cinema e Vídeo, com apoio de: Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Centro de informação das Nações Unidas (UNIC-RIO), Centro Técnico Audiovisual (CTAv), Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Patrocínio: Petrobras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Programação Solar dos Mellos
Terça – 03/02
19:00- QUE BOM TE VER VIVA
Lúcia Murat, Brasil, 1989, 95’, Documentário, 16 anos
Sinopse
Duas décadas depois, oito ex- presas políticas falam sobre a luta e a tortura vividas durante o regime militar brasileiro e a experiência de ter sobrevivido. Entre os depoimentos, delírios e confissões de uma personagem anônima, que reflete sobre o peso de ter sobrevivido lúcida às torturas.
Quarta- 04/02
19:00- PELAS JANELAS
Carol Perdigão, Guilherme Farkas, Sofia Maldonado e Will Domingos, Brasil, 35’, Documentário, Livre.
Sinopse
Ao longo de três meses, uma equipe formada por quatro estudantes universitários de Cinema e Audiovisual acompanhou parte dos processos e experiências do projeto de cinema, educação e Direitos Humanos Inventar com a Diferença, realizado em escolas espalhadas por todo o território nacional.
19:45- A VIZINHANÇA DO TIGRE
Affonso Uchoa, Brasil, 2014, 95’, 12 anos.
Sinopse
Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.
Quinta- 05/02
19:00- CABRA MARCADO PARA MORRER
Eduardo Coutinho, Brasil, 1984, 119’, Documentário, 12 anos
Sinopse
Em 1964, o CPD da UNE inicia um filme sobre a vida de João Pedro Teixeira, líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), assassinado por latifundiários, que inclui uma reconstituição ficcional do evento político que levou à sua morte. A viúva de João Pedro, Elizabeth, e outros camponeses participam das filmagens. Mas os trabalhos são interrompidos por conta do golpe militar. 17 anos depois, Coutinho retoma o projeto e vai atrás dos personagens, encontrando Elizabeth na clandestinidade e sem conato com muitos de seus filhos.
Sexta- 06/02
18:45- SOPHIA
Kennel Rógis, Brasil, 2013, 15’, Livre.
Sinopse
Na busca por entender melhor o universo de Sophia, Joana, mãe dedicada, passa por belíssimas experiências sensoriais. Uma singela historia de amor cercada de poesia visual e sonora.
19:45- RIO CIGANO
Julia Zakia, Brasil, 2013, 80’, 14 anos
Sinopse
Uma cigana atravessa mundos para salvar sua grande amiga de infância de uma condessa sanguinária.