A historiadora Maria Lúcia Perrone Passos, do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, encontrou-se com o secretário Municipal de Acervo e Patrimônio Histórico, Ricardo Meirelles, nesta segunda-feira (09). Em visita a amigos na cidade, Maria Lúcia visitou o Solar dos Mellos, para trocar informações com o secretário sobre o trabalho que desenvolve na área de levantamento e pesquisas históricas.
Mestre em História da Civilização Ibérica e doutorada pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Maria Lúcia desenvolve na prefeitura de São Paulo um trabalho semelhante ao que o Solar dos Mellos, tem programado para 2006. “No DPH desenvolvemos trabalhos de levantamento e pesquisas do patrimônio histórico e arquitetônico de São Paulo, com o objetivo de realizar estudos para o processo de tombamento, de edifícios, bairros e áreas envoltórias, com o objetivo de salvaguardar a história da cidade”, explicou a historiadora que também é especialista em história da Portugal Medieval.
O processo para o tombamento do DPH é feito a partir do levantamento histórico dos prédios e áreas, através de fotografias, plantas e entrevistas com antigos moradores. Após elaborar um dossiê com esses dados, o processo é encaminhado para os arquitetos darem parecer, que o repassam ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). O Conpresp dá o veredicto final para o tombamento. Se for aprovado, o projeto volta para o DPH que o encaminha a uma equipe que vai realizar a restauração. “A tendência atual é a contratação de empresas especializadas em restauro e a equipe do Departamento Histórico, acompanha o processo”, explicou Maria Lúcia.
O secretário Municipal de Acervo e Patrimônio Histórico explicou que o município de Macaé ainda possui diversas edificações, principalmente no centro da cidade, que deveriam ser tombadas. “Em Macaé é mais difícil que outros lugares, pois a cidade não possui um conjunto arquitetônico. Temos edificações espalhadas. Como o Palácio dos Urubus, na rua Eusébio de Queiroz, a casa em frente ao prédio dez andares, outra na esquina da Télio Barreto com Alfredo Backer”, disse Ricardo Meirelles.
Segundo Meirelles, o tombamento do Palácio dos Urubus depende de um retorno do contato com a família, para o processo ser realizado. “Em Glicério existem também quatro casas antigas que precisam ser preservadas. Numa delas funcionou o cine Glória. O cine Taboada também ainda pode ser preservado”, informou o secretário.
Atualmente, a prefeitura de Macaé, está restaurando o prédio mais antigo da cidade, a Igreja de Santana. A história da Igreja de Santana se confunde com o início da colonização de Macaé, feita pelos padres jesuítas a partir de 1630. No mesmo ano, eles começaram a erguer no alto do morro a Capela de Santana, um engenho e um colégio, num lugar que mais tarde ficou conhecido como a Fazenda dos Jesuítas de Macaé. Nos fundos da capela, foi instalado um pequeno cemitério, que até hoje guarda os restos mortais de alguns padres.