Com o objetivo de ocupar os espaços públicos e discutir sobre saúde mental, será realizada no dia 27 de abril, a partir das 10h, um roda aberta de Danças Circulares. O evento é uma parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial (Caps Betinho) e o Solar dos Mellos (Museu de Macaé) e contará com a participação de toda sociedade.
A psicóloga do Caps, Fabrice Sanches, lembra que a parceria com o Solar dos Mellos possibilita a integração dos usuários da unidade com a sociedade, de acordo com os objetivos da Reforma Psiquiátrica, que preconiza os recursos comunitários como base do tratamento. A roda de Danças Circulares faz parte das oficinas terapêuticas realizadas no Caps Betinho e tem como propósito o resgate do senso coletivo e o bem estar.
- Na roda de Danças Circulares qualquer pessoa pode participar, pois não há necessidade de aprimoramento estético como a dança clássica. O principal objetivo das Danças Circulares é resgatar o senso coletivo da dança, pois de mãos dadas e em roda vivenciamos o sentimento de integração – explica Fabrice, acrescentando que a ação promove ainda o diálogo continuado com os diversos atores sociais acerca da loucura, no intuito de minimizar o preconceito e promover o respeito à forma singular de existência do portador de sofrimento psíquico grave.
Danças - As Danças Circulares são realizadas desde 2010 no Caps Betinho, no espaço da Oficina de Expressão Corporal, realizada semanalmente. "Percebemos que as danças despertam a alegria do grupo, além de facilitar a movimentação corporal. Não há intenção de padronização estética e sim da expressão livre do movimento, já que cada participante encontra o seu jeito próprio de dançar", disse Fabrice.
A psicóloga explica ainda que as Danças Circulares, em sua maioria, constituem-se de passos simples, permitindo a participação de todos, independente de terem prévio conhecimento em dança.
A modalidade surgiu na década de 1960, quando Bernhard Wosien, coreógrafo e bailarino clássico alemão, inicia o estudo das danças folclóricas e étnicas de diversos povos, buscando compreender sua simbologia e imprimir um sentido às danças, que não fosse puramente estético. Em 1976, o coreógrafo foi convidado para apresentar a metodologia das Danças Circulares na comunidade de Findhom, na Escócia, considerada o berço das danças circulares.