O subsecretário Estadual de Ação Social e Direitos Humanos, responsável pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) no estado do Rio de Janeiro, Pedro Strozemberg, esteve em Macaé, na quinta-feira, com o objetivo de conhecer a nova sede da Casa da Cidadania, onde funciona os projetos Mulheres da Paz e Protejo e também para discutir a implantação do Observatório de Políticas Públicas no município.
Antes de visitar a nova sede da Casa da Cidadania, inaugurada na última sexta-feira (20), Pedro Strozemberg, se reuniu com o vice-presidente da Funemac, Joelson Tavares, e a coordenadora do Pronasci em Macaé, Roberta Parente Paes, na Cidade Universitária, com a finalidade de discutir a implantação do Observatório de Políticas Públicas no município. Após a reunião, o subsecretário visitou a nova sede da Casa da Cidadania, na Rua Vereador Djalma Sales Pessanha, 519, Botafogo, para conhecer as novas instalações e passar informações sobre a seleção do Protejo, prevista para acontecer em meados de setembro. Na ocasião estava sendo realizada uma reunião com a instituição que vai capacitar os jovens, o Centro de Educação Tecnológica e Profissional (Cetep) e a equipe do Pronasci Macaé.
- O processo de seleção dos jovens será bem rigoroso, pois eles terão que responder um questionário detalhado para sabermos tudo sobre a vida deles, principalmente a questão da vulnerabilidade social, explicou, acrescentando que a intenção é transformar as experiências obtidas, através do Protejo em Políticas de Juventude para o estado do Rio de Janeiro. “As Mulheres da Paz, bem como toda equipe do território vão poder comparar qual foi a diferença percebida na vida desses jovens que tiveram oportunidade de participara do projeto”.
Pedro Strozemberg informou ainda que as Mulheres da Paz devem comparecer aos territórios onde estão inscritas, e justificar a ausência, pois, quem não justificar será cortado do projeto. “O Governo Federal quer com isso abrir mais vagas para que, em breve, haja nova seleção de Mulheres da Paz, para que possam trabalhar no projeto”, completou.
A coordenadora do Pronasci Macaé, Roberta Parente Paes, agradeceu a visita do subsecretário e ressaltou a importância do empenho das Mulheres da Paz no processo seletivo dos jovens. Ela acrescentou que a equipe está buscando o melhor para capacitar esses jovens. “Os jovens poderão optar por um dos cursos, como na área offshore, beleza, turismo e hotelaria. Além disso, eles terão acesso a atividades esportivas e culturais”, concluiu.
Transformar o impossível no possível- Transformar as pessoas da sua comunidade e também ver situações que antes pareciam impossíveis ser possível de serem realizadas. Esse é o sentimento que nutre as Mulheres da Paz.
Para a Mulher da Paz, Jaqueline Macedo Ribeiro, fazer parte do projeto é conquistar a cada dia o que parece ser impossível para muitas pessoas.
- Faço parte do projeto desde o início em 2008 e fico feliz quando através do meu trabalho consigo ajudar um jovem a sair das ruas e deixar de usar drogas. Acredito que esse trabalho é importante, pelo menos a gente está fazendo a nossa parte e procurando mudar um pouco essa realidade tão triste que vivemos, disse, acrescentando que tem boas expectativas para o futuro do projeto de Macaé, principalmente com o novo espaço adquirido recentemente. Para ela, o local é ideal para que elas possam participar das dinâmicas em grupo, palestras, capacitações, entre outras atividades realizadas no projeto.
A Mulher da Paz, Adriana Ferreira, comunga da mesma opinião de Jaqueline. Ser Mulher da Paz é conquista o impossível com muita fé. “Fico feliz em contribuir com os jovens que moram na área de risco. Muitos estavam sem saber o que fazer das suas vidas, envolvidos com drogas. Porém, com o projeto, eles podem ter outro futuro, trabalhar e ter uma nova vida”, disse convicta. Já com relação ao novo espaço ela espera que o projeto possa ficar a cada dia melhor e que as mulheres possam sonhar juntas.
Mulheres da Paz – O projeto existe desde 2008 e atualmente em Macaé são 140 mulheres da paz inscritas, no entanto, de acordo com a coordenadora do Pronasci em Macaé, Roberta Parente Paes, 75 são atuantes. Elas recebem um ajuda de custo de R$ 190 mensais do governo federal e o papel fundamental delas é atuar na formação de redes sociais de apoio, promotoras de uma cultura de paz e mediação de conflitos dentro das comunidades, orientadoras e apoiadoras dos jovens Protejo.
As mulheres são identificadas como referência e lideranças femininas que atuam nas comunidades onde vivem, com vistas à construção e ao fortalecimento de redes sócias de prevenção e enfrentamento às violências domésticas e urbanas a que estão expostas ou as jovens nessas comunidades.
O projeto Mulheres da Paz firmou parceria com a coordenação do Plano Diretor de Macaé e o Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Macaé (GGIM-Macaé), para ajudar no trabalho de diagnosticar os motivos do grande número de evasão escolar na comunidade da Malvinas, bairro onde muitas das mulheres da paz residem.
Para falar sobre o Programa de Combate a Evasão Escolar da Prefeitura Municipal de Macaé, as Mulheres da Paz tiveram uma reunião com a coordenadora do Plano Diretor, Miriam Reid, e o coordenador do GGIM, coronel Edmilson Jório, para traçar um plano de ação para realizar as visitas domiciliares onde foi constatado que a criança ou o adolescente deixou de frequentar as aulas.
- Constatamos que 74 crianças não estão comparecendo às aulas. Nós pensamos em procurar as Mulheres da Paz, para realizar esse trabalho, por acreditar que são as pessoas mais indicadas, pois elas conhecem esses moradores e sabem um pouco da vida de cada. O nosso objetivo é fazer com que esses estudantes não percam o ano letivo, ressaltou.
Roberta Parente informou que para realizar esse trabalho foi formada uma comissão da educação. “Elas estão participando de reuniões e capacitações em visitas domiciliares para realizar esse trabalho. Acreditamos que elas são as pessoas mais indicadas para fazer esse levantamento e contribuir com o Programa de Combate a Evasão Escolar. Fico feliz que o Plano Diretor e o GGIM, tenha nos procurado”, concluiu a coordenadora do Pronasci.