Bailarinos de Macaé que conquistaram dois terceiros lugares no IX Festival Internacional de Dança de Cabo Frio neste mês são membros da associação que foi destaque na região no mês anterior pela conquista do Prêmio Betinho: Atitude Cidadã 2012 da Petrobras. Os bailarinos que disputaram com vinte e quatro outros grupos de diversos países se sobressaíram pela qualidade do trabalho apresentado e ainda pela superação. O Núcleo de Dança da Associação Sem Fins Lucrativos Portadores da Alegria foi a único do festival composto por pessoas com diferentes tipos de necessidades especiais.
Quatro bailarinos do Portadores da Alegria, representando o município, concorreram em três categorias: solo, duo e trio contemporâneos. Cada uma com duração de três minutos. Eles conquistaram as medalhas do terceiro lugar no duo e no trio. O IX Festival Internacional de Dança de Cabo Frio aconteceu no último dia 4, no Ginásio Poliesportivo Aracy Macedo, em Cabo Frio.
A companhia formada pelos bailarinos Vânia Tolipan, 66 anos de idade, uma das fundadoras da associação há 14 anos; Renato Azevedo, 38, Helane Oliveira, 30 anos, e Deucemir Braz, 29, apresentou coreografias de Ademir Martins, também fundador.
Desses bailarinos, que tem em média 10 anos no núcleo, dois deles apresentam deficiência física, um paralisia cerebral e outro síndrome de Down. De acordo com Ademir, os movimentos da coreografia nasceram dos experimentos durante as aulas e a partir dos integrantes do grupo.
Os membros da associação já conquistaram cerca de trezentos prêmios na dança, natação e entre outras modalidades. Os frequentadores dos Portadores da Alegria podem optar ainda por aulas de teatro e de capoeira. O núcleo de dança conta atualmente com onze integrantes. Mais trinta alunos aproximadamente frequentam gratuitamente a instituição, um espaço de convívio e de integração de portadores de necessidade especiais diversas na sociedade. “Aqui lidamos com a nossa transformação”, diz o coreógrafo Ademir Martins.
Vânia Tolipan explica que a vocação da associação é a prestação de serviço social e que a dança é uma das ferramentas para a atração e transformação daqueles que procuram o local. “Nosso trabalho social envolve toda a família dos alunos”, diz.
Como bailarina, ela ressalta que se sente orgulhosa pela conquista de medalhas disputando no festival no único grupo de portadores de algum tipo de deficiência especial com grupos de pessoas ditas normais. Destaca ainda que a valorização das pessoas portadoras de deficiências especiais é um dos principais objetivos da associação. “Quando mostramos um trabalho artístico de qualidade, derrubamos muitas barreiras e abrimos espaço para outros. Não vejo discriminação na arte. Nesse espaço, somo vistos de igual para igual” pontua Vânia.
Ademir Martins completa “A arte é muito generosa com a gente”.
A associação tem como projeto a restauração do corpo docente original do núcleo de dança, para que todo o processo de aprendizagem tenha continuidade. Não somente quanto à evolução técnica, mas principalmente quanto ao desenvolvimento pessoal dos alunos.
Os membros da instituição enfatizam que as portas dos Portadores da Alegria estão abertas a todos que quiserem conhecer ou colaborar com o trabalho do grupo que está sendo mantido por amigos voluntários. Ela fica localizada na rua Dr. Júlio Olivier, 93, no Centro. O telefone para agendar apresentações do núcleo de dança e para informações é 2772-4200.