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Jardel Maia é julgador de Harmonia das escolas de samba do grupo Especial
O que música erudita, técnica vocal e Carnaval têm em comum? A resposta é Jardel Maia, o novo coordenador de Teatro da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart). Em 2011, Jardel foi selecionado para ser julgador do quesito Harmonia das agremiações do grupo de Acesso da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Desde 2013, ele integra o júri do Grupo Especial.
Jardel, que ingressou na Emart em 2012 atuando nos cursos Básico e Técnico de Canto, realizou a primeira Turma de Teatro Musical da Escola Municipal de Artes. A versatilidade do preparador vocal da Emart é uma marca. O julgador da Liesa é ganhador de Prêmio Shell em Música; foi solista na estreia mundial da ópera ‘O Pagador de Promessas’, em português, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, e diretor Musical das Práticas de Montagem: ‘Chorus Line’; ‘Sociedade Ambulante’, musical de sua autoria, e ‘Hair’, com direção de Denis Carvalho.
A seleção de julgadores pela Liesa, por currículo, é criteriosa. Por isso, a formação e as experiências profissionais do professor o qualificaram para avaliar um dos mais conhecidos eventos culturais populares do mundo. Jardel Maia, licenciado em Música pela UFRJ, cantor, ator, diretor musical e preparador vocal, é especialista em Educação pelo Instituto Ideia/Universidad Iberoamericana (PY), pós-graduado em Gestão e Políticas Educacionais pela CLAEH Montevidéu (Uruguai) e especialista em Fisiologia da Voz (FIV) pelo Centro de Estudos da Voz (CEV-SP).
A Liesa promove um curso para os seus julgadores, que têm a oportunidade de entrar em contato com todas as escolas de samba. No desfile, Jardel julga o canto do puxador de samba-enredo e o canto da escola, observando os integrantes com binóculos, e também os instrumentos de harmonia (de corda), que acompanham a bateria.
Aos 8 anos de idade, no curso de teatro, o artista fez a sua estreia cantando em cena e, aos 13, iniciou sua aprendizagem técnica no Coral do Liceu de Humanidades de Campos. “Sou do interior, de Campos dos Goytacazes. Fomentar a arte, contribuindo com a formação de artistas no interior é muito gratificante, porque me reconheço neles (...) Há valores e muitos tesouros no interior. Os artistas do interior não perdem para os profissionais de grandes centros (...) A oportunidade de ter uma formação é o diferencial. A Emart é importante por causa disso. Tenho muito orgulho por estar contribuindo”, ressalta.
“Como jurado, sou um colaborador para o evento do Carnaval. Todas as escolas que desfilam no grupo Especial já têm o dez. O julgador busca ver os pontos em que a escola pode melhorar para o próximo ano. As escolas são despontuadas pelos detalhes”, explica o professor de formação erudita que revela que passou por um processo de adaptação para a cultura do Carnaval. “É uma festa que eu adoro. Fui aprendendo a olhar para a cultura popular e para o samba”, completa.