Das 12 seleções que estarão em Macaé, de 5 a 12 de março, para a Eliminatória da Copa do Mundo de Beach Soccer da FIFA 2006, sem contar a Seleção Brasileira, outras três – Uruguai, Venezuela e Estados Unidos – são orientadas por técnicos brasileiros e a Ilhas Cayman tem na figura de um brasileiro o seu diretor técnico. É o Brasil exportando seu know-how para o desenvolvimento mundial do beach soccer, que terá este ano a segunda edição da Copa do Mundo sob a chancela da FIFA.
Roberto Ceciliano, técnico dos Estados Unidos, mora em Miami há 20 anos e em 1993 jogou junto com a Seleção Brasileira que fazia amistosos na Flórida. Desde 1996 tem um time de brasileiros que viaja por torneios no país e, em 1999, assumiu a seleção norte-americana. “É mais do que normal que profissionais brasileiros estejam espalhados pelo mundo disseminando nosso conhecimento de beach soccer, afinal o esporte nasceu nas areias do Rio de Janeiro. Isso acontece em todos os esportes: há técnicos de basquete norte-americanos por toda parte também, por exemplo. Se as pessoas são boas e podem melhorar o esporte, não interessa de onde vêm, é preciso levá-las aos países que estão se desenvolvendo”.
Também viaja promovendo cursos para crianças nos EUA e no ano passado ministrou um curso de beach soccer na Costa Rica, em que entre os alunos estavam a técnica da Costa Rica e o técnico do México, equipes que ele vai enfrentar agora na Eliminatória. “É uma situação curiosa, mas é o que buscamos: que esses países cresçam, para o bem do esporte. Nosso time tem mais experiência em competições internacionais e acho que tem boas chances de se classificar. É difícil chegar ao nível do Brasil ou Portugal, mas espero que em dois anos possamos competir de igual para igual com essas equipes de primeira linha”.
À frente da seleção do Uruguai desde novembro passado, o carioca Marcelo Mendes começou com pé direito suas orientações. Logo na primeira competição oficial, a Copa Latina, em dezembro, o Uruguai foi vice-campeão. “Ainda ganhamos de Portugal, atual vice-campeã da Copa do Mundo”, gabou-se.
Para Mendes, que na Copa do Mundo de 2005 orientou a Tailândia, esse intercâmbio entre as seleções é fundamental para o desenvolvimento do esporte. “De alguma forma estamos colaborando para a evolução do beach soccer do mundo. Existem as equipes que jogam e conhecem o esporte muito bem há vários anos, mas também há aquelas que ainda necessitam de conhecimento. Para isso, os brasileiros são importantes”.
Ex-técnico do Brasil e do Uruguai, Andrey Valério acaba de assumir a seleção da Venezuela. O convite veio durante a Eliminatória do ano passado, quando ele ainda treinava os uruguaios. O brasileiro sente-se feliz por ter a oportunidade de estar passando sua experiência para uma equipe que dá ainda os primeiros passos no beach soccer. “É uma grande vitória poder passar o que sei para outras equipes e sei que isso vai influenciar bastante no desenvolvimento do beach soccer pelo mundo. Somos um grupo unido, com vontade de se classificar para a Copa do Mundo. Apesar do curto espaço de tempo, estamos se empenhando”.
Marcos Tinoco é diretor técnico da Associação de Futebol das Ilhas Cayman. Trabalhou como assistente técnico no Brasil e em países árabes até que, há três anos, recebeu o convite para ser responsável por toda a parte técnica do futebol do país. “No beach soccer, estamos apenas começando. É um país muito pequeno, com apenas 40 mil habitantes, mas que tem uma estrutura boa e um povo muito apaixonado por futebol. Estamos viajando com o intuito de ganhar experiência e principalmente atrair mais praticantes para nossas praias, que são enormes e muito boas”, disse.
A Eliminatória da Copa do Mundo de Beach Soccer da FIFA 2006 – Macaé reúne 12 seleções indicadas pela Conmebol e Concacaf. Na chave da Conmebol jogam: Brasil, Uruguai, Venezuela, Argentina, Peru e Paraguai. Já a Concacaf estará representada pelos Estados Unidos, México, Jamaica, Costa Rica, Canadá e Ilhas Cayman.
No sistema de disputa da competição, os times se enfrentam todos contra todos (round-robin) dentro dos grupos, Conmebol e Concacaf. As duas seleções mais bem colocadas de cada uma das chaves garantem vaga para a FIFA Beach Soccer World Cup 2006 e mais o Brasil, já classificado por ser o país-sede da Copa do Mundo, em novembro.
A Eliminatória da Copa do Mundo de Beach Soccer da FIFA 2006 – Macaé tem o patrocínio de Banco Popular, Campari, Gillette Prestobarba Excell, TAM e LG. Umbro é a marca esportiva oficial. A organização é da Beach Soccer Worldwide, com apoio da prefeitura de Macaé. A realização é da Octagon Koch Tavares. Para informações complementares, acesse www.cbbsbrasil.com.br.