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Terapia Comunitária comemora oito anos no Sistema de Saúde Pública de Macaé

18/03/2011 07:49:04 - Jornalista: Monica Torres

Foto: Kaná Manhães

Diálogo, troca de experiências e melhora da auto-estima: isto é a Terapia Comunitária

Espaço de diálogo e de troca de experiências adotado pelo Ministério da Saúde, como uma estratégia para a promoção da saúde das populações, a Terapia Comunitária acontece em Macaé, há oito anos. A terapia funciona como atividade do Programa de Saúde Mental na Atenção Básica, em parceria com o Programa de Saúde da Família (PSF), vinculado à Secretaria de Saúde municipal.

Criada pelo professor e antropólogo Adalberto Barreto, no Ceará, a Terapia Comunitária é uma política nacional implementada em todo o Brasil. Ela é um espaço aberto para a comunidade discutir seus problemas, buscar apoio e soluções, dentro de uma rede de relações que se caracteriza pela horizontalidade do conhecimento.

Como apresenta uma das supervisoras do Programa de Saúde Mental na Atenção Básica e terapeuta comunitária, Naly Soares de Almeida, a técnica aponta para o fato de que a comunicação entre as pessoas é o elemento que une os indivíduos, a família e a sociedade, além da terapia promover algumas desmistificações.

- Em Macaé, temos oito profissionais formados em Terapia Comunitária, que atuam no Sistema de Saúde Público da cidade. Nas terapias ou nas formações de terapeutas comunitários, os participantes são levados a descobrir as falsas imagens que fizeram de si mesmos, e que os tem aprisionado durante a vida toda, ou por longos períodos de tempo. Quando a pessoa começa a se perceber como alguém que venceu muitas batalhas, alguém que soube dar a volta por cima em circunstâncias que poderiam tê-la quebrado ou desviado do seu caminho, o conceito de si começa a emergir de uma maneira positiva. O sujeito se descobre capaz de direcionar sua própria vida, de dar um significado ao seu existir, de decidir o que quer que seja o seu próprio ser, explica Naly.

Nas terapias, participam e colaboram, lado a lado, pessoas humildes e doutores, estudantes e donas de casa, pessoas viciadas em drogas e fiéis das igrejas mais variadas, com o objetivo comum de superarem juntos os problemas mentais, emocionais e relacionais de todo ser humano.

As “rodas de conversa”, como terapeutas e participantes costumam se referir à Terapia Comunitária, podem ser realizadas em qualquer lugar, como em praças públicas, sala de espera de unidades de saúde, bem com igrejas e espaços culturais.

A terapeuta ocupacional Débora Oliveira, promove as rodas de conversa no PSF da Barra, onde tanto os dias, como a hora são decididos pelo próprio grupo, após cada encontro. A profissional ressalta que todos podem participar:

- Da forma que as falas das pessoas que participam são direcionadas pela técnica, onde ninguém acusa ninguém e nem dá conselho, mas sim dividimos experiências, os problemas do cotidiano passam pelo resgate da cidadania e da cultura. Assim, contribuindo para a prevenção e a promoção da saúde das pessoas.

Para o aposentado Sebastião Roberto dos Santos, que pela segunda vez está presente na terapia comunitária, no PSF da Barra, é muito positiva a experiência: “Gostei tanto que voltei. Me arrependo é de não ter vindo antes; de não estar aqui há mais tempo”, confessa.

Resultados - Uma maior aproximação entre os profissionais da Equipe de Saúde e a comunidade, resultando no estreitamento de vínculos afetivos, é considerada pelos participantes da Terapia Comunitária, como uma das grandes conquistas do trabalho. Outra conquista seria a melhora na auto-estima das pessoas.

O Programa de Saúde Mental na Atenção Básica, em parceria com o Programa Saúde da Família, realizam as terapias comunitárias em Macaé que acontecem nos bairros Aroeira, Botafogo, Barra/Brasília, Malvinas B, Imburo, Morro de São Jorge, Nova Holanda/Nova Esperança, Ajuda de Baixo, Praia Campista, Engenho da Praia, Fronteira B, Virgem Santa e no distrito do Frade.

Para saber dias e horas da terapia comunitária, basta o interessado ir ao PSF e lá será informado do próximo encontro. Os grupos são abertos a toda a comunidade, “e quem chega é bem vindo”, finaliza a terapeuta Débora Oliveira.


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