Gotinhas de sangue coletadas do calcanhar do recém-nascido possibilitam a prevenção e o diagnóstico de 54 doenças. É o teste do pezinho que deve ser realizado na própria maternidade ou hospital em que o bebê nasceu a partir de 48 horas do nascimento e até antes de completar um mês. O exame é obrigatório no Brasil e, quanto mais cedo descobrir alguma doença, melhor pode ser o tratamento e a vida da criança. Para divulgar a importância e a necessidade de fazer o exame, foi instituído o Dia Nacional do Teste do Pezinho, 6 de junho, que este ano é nesta primeira quinta-feira do mês.
Em Macaé, o Programa de Triagem Neonatal Primeiros Passos realiza por mês cerca de 220 coletas para o teste do pezinho. São bebês como Andreia, da localidade Nova Esperança, que passou pelo exame com 48 horas de vida no Hospital Público de Macaé (HPM), no dia 24 de maio. Os pais, Aline Vasconcelos, 27 anos, e Joilson de Jesus dos Santos, 33, acompanharam todo o procedimento. A recém-nascida ficou o tempo todo no colo da mãe durante a coleta das gotinhas, assistidas pelo pai.
“Muito importante este exame e estamos felizes por estarmos cuidando da nossa filha desde o nascimento. Todo mundo precisa fazer. Para nós, pais, a saúde de nossos filhos está sempre em primeiro lugar”, disse o pai.
O serviço é ofertado, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é simples e rápido. No entanto, o bebê que receber alta sem fazer o teste deve ser levado pelo responsável à Casa da Criança, que realiza o exame de segunda a sexta-feira, obedecendo ao seguinte cronograma: às segundas e quartas, das 8h às 17h; terças, quintas e sextas, das 8h às 13h. O recém-nascido deve ser levado por um responsável com a certidão de nascimento, comprovante de residência e cartão de vacina.
Quem explica como funciona o programa no município é a coordenadora da Triagem Neonatal, enfermeira Cíntia Oliveira.
“O teste do pezinho é fundamental para que possamos detectar doenças que, no decorrer da vida da criança, possam causar incapacidade física, deficiência intelectual e até risco de vida”, alertou.
Cíntia acrescentou:
“Quanto mais cedo for descoberta alguma doença, haverá tempo hábil para iniciar o tratamento e melhorar a qualidade de vida da criança e da sua família”.
O programa faz o gerenciamento do teste desde a coleta até o encaminhamento para o serviço de especialidade, em caso de necessidade, dependendo do resultado do exame. Se for preciso, a equipe também faz busca ativa dos bebês nascidos vivos que não passaram pelo teste, aconselhamento e encaminhamento para onde deve ser feito o tratamento especializado.
O total de doenças detectadas com o teste do pezinho foi ampliado de sete para 54, no país, mediante a Lei 14.154/2021, porém, as principais continuam sendo as sete de antes: Doença Falciforme; Deficiência de Biotinidase; Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC); Fenilcetonúria; Fibrose Cística; Hipotireoidismo Congênito; e Toxoplasmose Congênita.
A coordenadora explicou que a coleta é demanda espontânea, ou seja, não precisa ser agendada porque todo bebê tem o direito de passar pelo teste do pezinho e dentro do prazo indicado. Cíntia orientou que o carimbo do pé no cartão de vacina do bebê não é o teste do pezinho que é somente via a coleta de sangue no calcanhar do recém-nascido.
O resultado do exame é obtido online no site da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-RJ) neste site, entre 20 e 30 dias após a realização do teste. Se não for liberado nesse prazo, o responsável pelo bebê deve ir ao programa que funciona na Casa da Criança, à Rua Télio Barreto, 316, sala 404, no Centro da cidade.
Quem quiser mais informações sobre o procedimento para o teste do pezinho pode acompanhar no Instagram do programa: @testedopezinhomacae e nos canais oficiais da prefeitura.