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Tita completa 50 anos e quer vaga na Série C como presente

01/04/2008 19:21:32 - Jornalista: Tiago Ferreira

Se 1º de abril é o Dia da Mentira, há quem esteja acostumado ouvir piadas a respeito há mais tempo. Para ser mais exato, desde o nascimento. Isto porque a data é para lá de especial para o técnico Tita, que nesta terça-feira completa 50 anos de idade.

Há nove meses no comando do Macaé, o treinador é um dos responsáveis por colocar o alvianil na elite do futebol carioca, competição que o clube já tem vaga assegurada para 2009, e agora ele quer como presente a vaga na Série C do Brasileiro.

- Na verdade, o meu presente veio no domingo com a vitória sobre o Friburguense (3 a 1). Os jogadores só têm dado alegrias ao torcedor, mas para fecharmos com chave de ouro a nossa campanha, vamos buscar essa vaga na Série C - afirmou o técnico.

E os números de Tita no Macaé são altamente positivos. Em 57 partidas pelo alvianil, foram 36 vitórias, 9 empates e 12 derrotas. O aproveitamento é de 68,4%. Com ele, o time marcou 117 gols (média de 2,05 por jogo) e sofreu apenas 50 (0,87 por jogo).

Sobre o 1º de abril, o treinador afirmou gostar da data porque acha que ela serve para recordar os amigos do dia do seu aniversário.

- As pessoas se dão conta que é o Dia da Mentira e depois lembram: "É o aniversário do Tita" - brincou.

O jeito relaxado de lidar com o Dia da Mentira é hereditário. Quando Tita nasceu, o médico responsável pelo parto sugeriu à mãe registrá-lo no dia 31 de março, em vez de 1º de abril. Ela recusou.

Um pouco de história

Excelente coadjuvante do Flamengo no final dos anos 70 e começo dos anos 80, Tita não era de guardar posição e, por isso, foi considerado um jogador moderno para a época. Atuava com qualidade na armação, mas como o espaço no rubro-negro era restrito porque Andrade, Adílio e Zico comandavam o meio-de-campo da equipe da Gávea, Tita atuou diversas vezes improvisado na ponta-direita. E não decepcionou.

Com Tita vestindo a camisa 7, o Fla conquistou vários títulos. Alguns deles foram os cariocas de 1978, 1979 e 1981, os brasileiros de 1980, 1982 e 1983, a Libertadores da América de 1981 e o Mundial de Clubes daquele mesmo ano. Em 1983, acabou se transferindo para o Grêmio. No Olímpico, ele manteve a fama de pé-quente e ajudou o tricolor gaúcho a faturar a Libertadores.

Com a saída de Zico, negociado com a Udinese (Itália) em 1984, Tita assumiu de vez a camisa 10 do Flamengo, mas em 1985 já estava de volta à capital gaúcha, desta vez para defender o Internacional de Porto Alegre. Ele chegou com a difícil missão de substituir o uruguaio Ruben Paz, então ídolo da torcida colorado. Boas atuações do meia-atacante fizeram com que o Vasco conseguisse tirá-lo do Beira-Rio, em 1987.

Curiosamente, naquele mesmo ano o Vasco chegou à final do Campeonato Carioca. A decisão foi contra o time que revelou Tita, o Flamengo. Com um gol do meia, o time de São Januário garantiu o título. No mesmo ano, Tita aceitou o desafio de defender uma equipe do futebol alemão, o Bayer Leverkusen. Lá, ele conseguiu mais uma vez se destacar e ajudou a equipe alemã a vencer a Copa da Uefa de 1988. Depois atuou no Pescara, modesta equipe da Itália.

Retornou ao Vasco em 1990, e ajudou o Gigante da Colina a conquistar o Brasileiro. No mesmo ano, o meia-atacante teve a chance de fazer parte da seleção brasileira na Copa do Mundo. Depois, Tita seguiu para o futebol mexicano, onde foi ídolo no León. Defendeu também o Puebla e encerrou a carreira de jogador no Comunicaciones, da Guatemala.