"Workshow", uma mistura de workshop e show. É essa novidade que vai acontecer no auditório do Centro Macaé de Cultura, no terceiro andar, nesta quinta-feira (14), às 20h, com a vinda a Macaé do violonista Ulisses Rocha. A entrada é gratuita. O objetivo da apresentação é mostrar improvisação, fraseologia, escalas e outros temas para os alunos do Conservatório Macaé de Música (CMM). “Os admiradores de músicas clássicas e de MPB podem aproveitar o evento”, disse o coordenador pedagógico do CMM, Bruno Py, acrescentando que violonista também mostrará seu último CD.
Ulisses Rocha nasceu no Rio de Janeiro em 23 de novembro de 1960 e passou a primeira infância na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo. Em 1968, por motivos de trabalho de seu pai, foi para a capital onde iniciou seus estudos de violão erudito com o professor Antônio Manzione, em 1970.
Três anos mais tarde, com a mudança de residência do professor para a cidade de Santos, onde atua até os dias de hoje, o violonista inicia uma fase autodidata vindo a relacionar-se com o rock e a guitarra, convívio que viria determinar o maior diferencial na construção de seu estilo.
Em 1977 começa o interesse pelo Jazz e pela MPB, momento em que ingressa no CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical), escola de música fundada pelo Zimbo Trio, onde aprimora seus conhecimentos em teoria, harmonia e improvisação. Dois anos mais tarde viria a lecionar, logo depois de ter abandonado o curso de agronomia.
No CLAM conhece André Geraissati, na época também professor, que o convida a participar do grupo D`alma, trio de violões que revolucionou a linguagem do instrumento e inspirou a formação do lendário trio: John Maclaughlin - Paco de Lucia - Al di Meola. O grupo participou de diversos festivais internacionais de Jazz como os de Paris, Montreal, Quebec, Ottawa, New York além do Free Jazz Festival, no Brasil.
O D`Alma gravou três discos, dois deles com a participação de Ulisses. Em 1985, é convidado a fazer parte da comissão de seleção do Festival dos Festivais, promovido pela TV Globo, onde conhece Cezar Camargo Mariano, que o convida a integrar o grupo Prisma, acontecimento que determinou um forte impulso na sua carreira e criou as condições favoráveis à gravação de seu primeiro disco solo.
Gravado pelo selo carioca Visom, Alguma Coisa a ver com o Silêncio, lançado também na Europa pela GRP, renomada gravadora americana, dá início a uma trajetória que já conta com oito CDs, três fitas de vídeo e um livro, além de inúmeras participações em coletâneas e trabalhos de outros artistas.
Tocou com Gal Costa, Zé Renato, Olívia Byington, Heraldo do Monte, gravou com, Hermeto Pascoal, Hugo Fatoruso, Roberto Carlos, Sá e Guarabira, Ritchie, Diana Pequeno, Cida Moreira, Ronnie Von, Marlui Miranda, Vânia Bastos, Fernanda Porto e dividiu o palco em encontros especiais com Egberto Gismonti, Al di Meola, Toquinho, Eliane Elias, Canhoto da Paraíba, Marco Pereira, Paulo Belinatti, Airto Moreira e com grupo Boca Livre.
Como solista, tocou com as orquestras sinfônicas de Campinas, Americana e a Jazz Sinfônica, participou do Festival de Jazz de Paris e do Free Jazz Festival, Phillips Innovation Show, Festival de Inverno de Campos do Jordão por diversas vezes como concertista e como professor, participou do IAJE (International Association for Jazz Education) em janeiro de 2002.
Em fevereiro de 2003 apresentou-se em Connecticut e Nashville, dois reconhecidos centros violonísticos dos EUA. Em maio de 2006 apresentou-se como concertista e ministrou masterclasses em Albany na GSUNY (Guitar Society of Upstate New York). Ulisses foi indicado duas vezes para o prêmio Sharp nas categorias de melhor música instrumental e melhor solista. Ulisses Rocha é professor da Faculdade de Música da Unicamp desde 1990.