"Um 'ser' Mulher – do Útero à Luta" vai até sexta

26/03/2019 11:15:00 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Andréa Lisboa

Para a despedida da exposição, a Secretaria de Cultura realizará o ‘Café Literário’

Quem ainda não pode apreciar a exposição fotográfica coletiva "Um 'ser' Mulher – do Útero à Luta" tem até sexta-feira (29). A mostra tem inspirado atividades para jovens e também protagonizadas por jovens. Para a despedida da exposição, a Secretaria de Cultura realizará o ‘Café Literário’ do Solar dos Mellos, nesta quarta-feira (27), às 19h, com o tema ‘Fotopoesia’. Na sexta-feira, o grupo macaense de voluntariado juvenil ‘Beyond The Wall’ (além das barreiras) irá oferecer uma oficina de cartazes e debate sobre a temática feminina e o voluntariado a turmas do Ensino Médio do Ciep Municipalizado 393, na Aroeira.

A exposição em celebração ao mês da mulher foi inspiração para os produtores culturais do museu, para professores de fotografia, para educadores sociais e para jovens voluntários. Esta edição do ‘Café Literário’ terá a participação de alguns dos fotógrafos expositores que abordarão seus processos criativos dentro dos diferentes estilos e técnicas. O produtor cultural e poeta Gerson Dudus, será o mediador do projeto.

Já na sexta-feira (29), o ‘Beyond The Wall’ será o promotor do debate. Na última semana, membros do grupo visitaram a "Um 'ser' Mulher – do Útero à Luta" e a partir disto produziram cartazes homenageando mulheres que se destacaram na arte, na política, na ciência e em outras áreas. Além dos cartazes, os jovens de diferentes escolas particulares e públicas do município providenciaram a decoração de caixas para a coleta de donativos em cada uma das unidades de ensino representadas. Os artigos de higiene pessoal feminina recebidos ou comprados com recursos de ações entre amigos, venda de doces e de botons serão doados à Ong Pares Carita de apoio a mulheres refugiadas e em situação de rua.

O grupo, que utiliza o slogan ‘Seja a mudança que você quer no mundo’, não tem vínculo com instituições religiosas ou políticas. Ele foi criado por quatro amigas há um ano e hoje conta com cerca de 70 voluntários de todas as idades. O núcleo de ação é formado por aproximadamente vinte moças e rapazes entre 14 e 18 anos. Os jovens já distribuíram quentinhas a moradores de rua, material escolar a uma creche social, doaram ventiladores ao Sentrinho-Macaé com recursos de um bazar de roupas usadas e também tempo e afeto aos alunos da Apae-Macaé. (Saiba mais em facebook.com/bbeyondthewall).

Juliana Muller (17), uma das fundadoras juntamente com Eduarda Raposo (16), Caroline Olival (16) e Ana Carolina Araújo (17), considera que o ‘Beyond The Wall’ tem conseguido atingir um de seus principais objetivos, que é proporcionar o contato entre pessoas diferentes, desenvolvendo a empatia necessária para motivar ações. “Independente de classe social, este é um espaço para dar voz aos jovens”, disse. “Na fase atual do grupo, queremos torná-lo ainda mais diverso, apresentando a nossa proposta a outros jovens, o que contribui com a nossa própria experiência pessoal”, reforçou Eduarda. “Eu aprendo muito com elas e sei que também posso colaborar bastante”, frisou Alberto Pessanha (17).

A arte abrindo caminhos

Não apenas os jovens do ‘Beyond The Wall’ se sentiram tocados pela mostra fotográfica. Também adolescentes do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criad-Macaé), uma unidade educacional estadual que recebe meninos e meninas em cumprimento de medidas socioeducativas, debateram sobre a exposição, na última semana, no pátio do museu. A roda de conversa teve a participação da curadora e produtora cultural da Secretaria de Cultura, Priscila Azeredo, e da expositora, Amanda Moraes, convidadas pelas assistidas.

"Trouxemos as meninas para fomentarmos uma discussão sobre o Dia Internacional da Mulher (8 de março) e estamos montando alguns grupos no Criad para abrirmos discussões sobre o empoderamento feminino. Foi a primeira vez que as trouxemos ao museu e pretendemos ampliar isso participando dos outros projetos. Isto é fundamental para que elas possam ter uma ideia de como a arte pode ressignificar diferentes momentos", disse a assistente social do Criad, Lea Martins.

"Precisávamos tratar de autovalorização e de questões associadas ao corpo e houve este sincronismo com a exposição. As trouxemos, porque ser mulher não é fácil e também porque a arte cura. Nós buscamos tirá-las daquele território e aproximá-las da cultura e esta troca foi incrível. A artista nos falou sobre todo o seu processo de criação e as meninas puderam dar retorno, o que é muito inovador para elas", disse a psicóloga do Criad, Patrícia Lobato.

A exposição dos trabalhos de Aline Prado, Amanda Morais, Arthur Damasceno e Letícia Paizante, Chaynala Moret, Leandro Cunha, Lis Guedes, Muniqui Eilid, Silvia Jardim, Thuanni Guimarães e Xamin estará aberta ao público esta semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A classificação etária é 14 anos. Toda a programação é gratuita. O Solar dos Mellos fica na Rua Conde de Araruama, 248, no Centro.