União em prol da biodiversidade da fauna

14/02/2006 18:35:59 - Jornalista: Marilene Carvalho

Por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente (Semma), a prefeitura de Macaé realizou nesta terça-feira, 14, o I Encontro Regional de Proteção à Biodiversidade da Fauna, no auditório do Paço Municipal. O objetivo do evento é afinar o diálogo sobre a melhor forma de oferecer proteção às espécies da fauna. “As propostas de Macaé, Quissamã, Campos e Rio das Ostras estão inseridas no Cetas – Programa do Centro de Triagem de Animais Silvestres”, afirmou o coordenador do Cetas-RJ, Luiz Fernando de Moraes, que representou o Ibama no encontro.

O país possui 41 centros de triagem de animais silvestres espalhados em todas as regiões. Desse total, 21 deles são administrados pelo Ibama. No estado do Rio de Janeiro a unidade está implantada em Seropédica, no município de Itaguaí. “O Ibama é apenas um agente no processo de formação dos Cetas, por isso, essa iniciativa das prefeituras e das universidades de se aproximar do órgão é muito importante”, disse Moraes.

Em dados gerais coletados pelo Ibama, as aves representam 95% dos animais socorridos pelos centros e outros órgãos ambientais. Os 5% restantes se dividem entre mamíferos e répteis. O Instituto está construindo uma Instrução Normativa que valerá como instrumento interno relativo à destinação dos animais silvestres para retorná-los ao habitat natural. “Para as coisas funcionarem direito, será preciso também capacitar as pessoas para este trabalho”, completou o representante do Ibama.

O secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares, reforçou durante o encontro o interesse do governo municipal de implantar um centro de triagem em Macaé. “Essa iniciativa torna-se um complemento ao projeto da Semma voltado para a recuperação de áreas degradadas na região serrana, que, futuramente, também poderão ser utilizadas como pontos de soltura”, explicou.

O grupo formado pelas prefeituras interessadas na implantação de centros de triagem vem participando de reuniões no escritório do Ibama do Rio, desde janeiro de 2005. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) participa do debate e aponta a necessidade de se fazer o cadastramento das áreas de soltura. “A implantação de um centro de triagem é um tema que requer trabalho de pesquisa e discussão sobre diversos aspectos. Nesse sentido, a contribuição da UENF no processo de implantação está sendo muito construtiva”, disse a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Érica Steagall.

Para funcionar de forma plena, o centro de triagem deve ter estrutura apropriada para recepcionar, tratar e preparar os animais para soltura. Em seguida vem a etapa de cadastramento das áreas diagnosticadas, seguida do monitoramento pós-soltura, ação que se destina a garantir a sobrevivência dos animais após a reintegração em seus habitats. Ao final do encontro, os representantes do Ibama e da UENF foram conhecer as áreas indicadas pela prefeitura para a instalação do Cetas. Uma delas está localizada na Linha Verde e a outra no Parque Atalaia.