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Usuários do Caps participam de Oficina de Plantas Medicinais

10/08/2007 16:08:25 - Jornalista: Catarina Brust

Promover a capacitação, inserção e a geração de renda. Esse é o objetivo da Oficina de Plantas Medicinais promovida pela secretaria Executiva de Trabalho e Renda (Semtre), Agrape e Associação de Parentes e Amigos de Usuários da Saúde Mental (Aspas). O curso é voltado aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da secretaria Especial de Saúde.

Uma vez por semana 30 usuários do Caps participam de aula técnica realizada no – recém reformado e ampliado - Horto Municipal Rui Pinto da Silva da prefeitura de Macaé. O horto é administrado pela Agrape, e as aulas acontecem às sextas-feiras, das 09h às 12h, orientadas pelo engenheiro agrônomo Rogério Valença.

- A oficina é voltada para promover a capacitação na produção de plantas medicinais. O conteúdo da oficina é básico: desde a preparação do canteiro, adubação, irrigação, plantio e semeadura, até a obtenção da muda de planta. A idéia é fazer o curso com aulas onde eles aprendem praticando - explica o engenheiro.

Durante a oficina, que terá a duração de seis meses, os usuários também terão aulas teóricas sobre o uso de adubos e controle de pragas e doenças que podem prejudicar a lavoura. Na sala de Educação Ambiental do Horto Municipal, os alunos aprenderão o cultivo orgânico de plantas medicinais e de algumas ervas aromáticas.

- A oficina é direcionada ao cultivo orgânico, sem o uso de agrotóxicos, por isso serão ensinadas as técnicas de preparação de caldos alternativos que são soluções preparadas com água e um princípio natural. Um exemplo é a folha do nim, útil para o controle das pragas e doenças mais comuns nas lavouras, como lagartas, pulgões e besouros - observa Rogério Valença.

Enquanto o engenheiro inicia o manejo nos canteiros, os usuários do Caps acompanham com atenção as informações passadas. “Eles fazem perguntas pertinentes ao assunto e acredito que terão um potencial bom para uma produção efetiva”, completa o agrônomo.

Os usuários que fazem o curso se reúnem desde 2006, participando de oficinas de geração de renda e grupos de economia solidária promovidas pela Semtre e realizadas na sede do Caps.

- O objetivo é oferecer oportunidade para a geração de renda e inclusão. Em 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial, formamos o corpo técnico para a realização do curso. Depois da vivência e sensibilização para o aprendizado do trabalho coletivo, eles participam da capacitação técnica e da rotina de trabalho. A finalidade é que no final do curso eles possam trabalhar e comercializar as mudas gerando renda - ressalta Regina Celi Nunes, colaboradora do Caps e incentivadora do Aspas.

A psicóloga Ana Lúcia Togeiro, da Incubadora de Cooperativas, órgão gerenciado pela Semtre, lembra que para incentivar e viabilizar o trabalho dos usuários na geração de renda, a participação de parceiros é fundamental para o futuro do projeto. A empresa de ônibus Macaense é parceira do projeto, transportando os usuários que participam da oficina no horto.

- Para que haja a inserção social efetiva dos usuários do Caps, é preciso que eles recebam incentivos de parceiros para viabilizar o empreendimento do grupo. Promover projetos como esse é uma forma de acabar com a exclusão, que é uma das propostas da reforma psiquiátrica. Outro objetivo é que a família dos usuários também se envolva, apoiando e participando do projeto - explica a psicóloga.

O Caps é um dispositivo de atenção diária para as pessoas que apresentam algum tipo de transtorno mental (psiquiátrico) grave e persistente. A proposta é promover a inserção social destas pessoas, impedindo que vivam um círculo vicioso de isolamento e internação em hospitais psiquiátricos. O centro é vinculado à secretaria Especial de Saúde e funciona de 8h às 18h, com oficinas terapêuticas, atendimento individual, grupo de familiares, oficinas de geração de renda, oficina de capoeira e teatro, oficina de humor, entre outros.