Foto: Luiz Bispo
Tendência de crescimento econômico impulsiona necessidade de qualificação profissional da mão de obra local na área offshore
Com foco nas demandas do município no setor de empregabilidade, o vice-prefeito Danilo Funke e técnicos da Câmara Permanente de Gestão, da secretaria de Trabalho e Renda e do Centro de Educação Tecnológica e Profissional (Cetep) estudam a criação de uma Parceria Publico Privada (PPP) com empresas de capacitação na área offshore. O foco é atender a necessidade de profissionais no mercado offshore, com uma parceria inédita entre empresas, cursos de capacitação e a prefeitura. O setor oferece hoje cerca de quatro mil vagas e a tendência é o crescimento nos próximos anos.
A ideia é que a Parceria Publico Privada (PPP) ofereça o Curso Básico de Segurança de Plataforma (CBSP),exigido para embarque, aos alunos formados pelo Cetep e absorvidos pelas empresas da área. O curso seria gratuito para o contratado e garantiria também um valor reduzido à empresa contratante.
De acordo com o vice-prefeito, o projeto tem, principalmente, um cunho social, garantindo a empregabilidade de moradores da cidade. “Socialmente não dá para importar mão de obra. É importante garantirmos a qualificação e a capacitação dos moradores da cidade para atender essas necessidades, assim diminuiremos o abismo social existente”, explica.
Além dessa parceria, o Cetep oferece cursos de qualificação profissional, nos quais os aprovados serão indicados para as empresas com vagas em aberto. Os cursos oferecidos na área industrial são de Montador de Andaime, Movimentação de Carga, Pintura Industrial, Caldeireiro e Soldador. “Os alunos que atingirem a nota média para a aprovação do curso terão chances garantidas de ingressarem no mercado de trabalho através da parceria inovadora com as empresas. A última turma de soldador empregou 22 dos seus 25 alunos. Outros vários já conseguiram estágio antes de concluírem o curso”, detalha.
O mercado para a indústria naval também está aquecido. De acordo com a Petrobras, até 2016, serão criados 100 mil novos empregos no segmento. Segundo nota da estatal, o assessor da presidente e coordenador executivo do Prominp, Paulo Sergio Rodrigues Alonso, destacou os numerosos projetos de investimento que o setor naval e offshore tem pela frente, por conta da carteira de encomendas projetada pela Petrobras até 2020. Ele informou que a média de conteúdo local hoje alcançada nos projetos de exploração e produção da Petrobras varia entre 55% e 65%. Há, portanto, boas oportunidades de produzir no Brasil itens de navipeças importados para os quais o país tem escala, dentro dos restantes 35% a 45%. “Com o conhecimento acumulado, a indústria nacional tem potencial para ampliar a participação no suprimento das necessidades futuras da indústria”, disse.
Ainda de acordo com as informações divulgadas pela Petrobras, Paulo Alonso lembrou o desafio colocado para a indústria naval, de perseguir maiores índices de produtividade e de incorporar modernas tecnologias de construção e montagem. Ele lembrou a geração de empregos como um dos indicadores de crescimento da atividade: a indústria naval hoje emprega 72 mil profissionais, contra 2,5 mil no ano 2003. A projeção é de absorver 100 mil empregados até 2016.