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‘Não queremos que o Norte Fluminense vire uma nova Serra Pelada’, afirma Victer

12/12/2005 16:10:00 - Jornalista: Janira Braga

O secretário de Estado de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo, Wagner Victer, afirmou na sexta (9) à noite, durante reunião com o prefeito Riverton Mussi, no gabinete, que não quer o Norte Fluminense vire uma nova Serra Pelada, quando o petróleo acabar e nem que Itaguaí, na Baixada, vire uma nova Cubatão. As declarações foram feitas em cima da discussão da microlocalização do pólo petroquímico que a Petrobras vai construir no Estado.

A Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) defende a instalação do complexo em Guriri, em Campos. A Petrobras está decidindo por Guriri ou Itaguaí e deve fazer o anúncio do local nos próximos dias.

- A decisão da localização do pólo petroquímico é uma questão suprapartidária. O Governo do Estado apóia a construção do complexo em qualquer lugar do Rio, mas temos a preocupação de incentivar o Norte Fluminense a ter uma sobrevida quando o petróleo declinar. A unidade petroquímica distribui investimentos – externou o secretário, apoiado pelo também secretário estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior, Christino Áureo, que participou da reunião.

A preocupação de Victer é sustentada pelo crescente parque industrial que está sendo construído em Itaguaí, com investimentos da Thyssen, da CSN e da Gerdau. As restrições ambientais em Itaguaí já foram confirmadas pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que, na última semana, apresentou aos prefeitos da Ompetro vantagens e pontos negativos nas duas possíveis microlocalizações.

PORTO - O prefeito Riverton Mussi, acompanhado do presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Fumdec), Jorge Tavares Siqueira e do secretário de Comunicação Social, Romulo Campos, afirmou que o estudo para a construção de um novo porto em Macaé pode adicionar vantagem logística à região na definição da Petrobras. “Queremos fazer um porto ambientalmente sustentável, que poderá ser uma linha auxiliar à logística do pólo petroquímico no Norte Fluminense”, ressaltou Riverton. Outro porto, voltado para movimentação de minério de ferro, está em estudo para ser construído em São João da Barra, o que poderá contribuir na escolha do local da refinaria.

Outra vantagem de Guriri é a maior possibilidade de expansão, já que a região não está, como Itaguaí, estrangulada com empreendimentos de grande porte. O secretário Victer ressaltou que a idéia de construção de novas instalações portuárias em Macaé é importante para o arranjo produtivo do petróleo e para o escoamento da produção das empresas instaladas em Macaé. “O Estado apóia este novo porto e pensamos em um empreendimento ambientalmente adequado”, disse.

O secretário Christino Áureo afirmou que, como representante do Estado, “mantém a posição de equilíbrio” quando a um posicionamento sobre a microlocalização da refinaria. “Como cidadão, vejo que a Petrobras deve obedecer critérios técnicos e de logística econômica e ambiental. O Norte Fluminense poderá ter um impacto absorvível com o pólo petroquímico. Em Itaguaí, seria intolerável”, disse Áureo, acrescentando que a construção de um novo porto para Macaé poderá dar condições de logística melhor à região. “Hoje temos na cidade um retroporto limitado, um calado inadequado e espaço para movimentação pequeno”, comentou.

Com a presidente da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), Isaura Fraga, o prefeito reforçou a necessidade de agilidade na liberação de licenciamento ambiental para a realização de obras importantes de infra-estrutura. Ela se comprometeu a ajudar o município. Também participaram da reunião o subsecretário de Estado de Energia, Marco Antônio Feijó Abreu; o deputado federal José Divino; o vice-presidente do Fumdec, Luiz Kanda e o secretário de Governo, André Braga.