A Galeria de Arte Hindemburgo Olive-GAHO, da Fundação Macaé de Cultura (FMC), a partir da próxima terça-feira, 02 de outubro, vai expor as pinturas de spray sobre tela de Muk, artista macaense, um dos pioneiros da arte do graffiti no município. Com o tema “Ansiedade”, a exposição de obras inéditas em grandes telas trabalhadas com técnica mista é o resultado de anos de estudos e promete surpreender e derrubar preconceitos.
Muk considera que ao levar a arte dos muros para a galeria está contribuindo para a valorização do graffitismo. “Quero despertar para o valor do jovem que está sob o sol quente de um domingo, com suas próprias tintas, passando uma mensagem”, ressalta Muk, 26 anos, dez dedicados a essa arte. Nas 23 telas são utilizados recursos muito diversos: do pincel ao jato de tinta até o fogo. Ele explica: “Uso tudo aquilo com que puder expressar da melhor maneira a minha idéia”.
Marlon Gitiranna Silva de Carvalho, o Muk, conquistou, este ano, o segundo lugar na 1ª Batalha de Grafitti do Brasil, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. A convite da Central Única das Favelas-Cufa, participou, junto a uma turma de design gráfico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro- PUC-RJ, da 6ª Mostra da Universidade. Muk atuou também nas duas edições do Santa Teresa de Portas Abertas, o maior evento de hip-hop da América Latina .
Em Macaé, ele organizou o "Muro Páginas", painel que marcou o grafitti do município. Ele esteve presente em eventos como o internacional da Montana, tinta spray alemã, e o encontro de Grafitti na Comunidade Chapéu Mangueira, no Rio. Além disso, participou de obras da dimensão de um quarteirão, como o “Mural Cultural do Tietê”, com a extensão de 800 m, em São Paulo. Alguns de seus trabalhos foram publicados na Revista Rap Brasil.
Em sua quarta exposição na GAHO, a terceira exclusiva, Muk revela que está sempre em busca da “coisa original” e, por isso, considera fundamental um processo contínuo de estudos. Ele cursa a Escola de Artes Visuais do Estado do Rio de Janeiro e também publicidade e propaganda. Além disso, ensina desenho no curso livre no projeto Art Luz, da Prefeitura de Macaé, onde ajudou a formar cerca de 20 jovens grafiteiros em Macaé. Um de seus alunos é destaque do Estado do Rio na categoria letras (wildstyle), Felipe Talu. MuK também foi o fundador do primeiro grupo de graffiti de Macaé, o Kolirius.
Aproximadamente 60 jovens estudam graffitti no município em núcleos no Morro de Santana, no bairro Malvinas e na escola de artes. A presidente da FMC, Conceição de Maria, considera fundamental a valorização das diversas culturas. “O graffiti demonstra a arte contemporânea e a informação para o conceito de democratização da cultura”, disse. Muk define sua obra como revolucionária. Seu estilo recebeu influência do trabalho de Fábio Ema, de São Gonçalo, um dos grandes nomes da técnica, que desenvolve trabalho social apoiado pelo grupo O Rappa.
O vernissage de “Ansiedade” será às 19h e a exposição, com entrada franca, se estenderá até 04 de novembro.