Amigos, familiares e admiradores do “Seu Jovem”, como foi apelidado o poeta Joventino de Oliveira Gomes, estiveram presentes à Missa de Sétimo Dia de Falecimento desse macaense de grande talento e amor pela cidade, quarta-feira (5), às 18h, na Igreja São João Batista, no Centro da cidade. Homenageado em agosto pelo projeto de poesia Palavra Expressa, da Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto e Fundação Macaé de Cultura, recebeu na oportunidade o carinho do público, que lotou o evento, e a atenção da mídia.
Joventino, um dos fundadores do Grupo Amanhecer da Terceira Idade, faleceu aos 96 anos. O apelido, “Seu Jovem” não era à toa, porque o poeta emanava um gosto pela vida próprio da juventude. Ele sabia de cor muitas das suas quase 50 poesias. Entre elas a “Brasil Sonho, Orgulho de Natureza”, objeto do “1º Prêmio Banco Real de Talentos da Maturidade”, que o escritor recebeu em 1999, em São Paulo.
Em seu único livro “história de um velho “jovem” pai”, publicado em 2002, suas poesias refletem romantismo: amor, nacionalismo, religiosidade e exaltação à natureza que, segundo o autor, era sua musa inspiradora. Joventino, que sempre valorizou a rima, compôs de improviso versos e trovas com pitadas de humor e amor ingênuo. Na juventude, ele era conhecido como “menino do Rio”, por gostar dos bailes cariocas, e animou muitos sarais macaenses. Mais tarde, foi presença marcante nas festas dos grupos da terceira idade.
Nascido em Conceição de Macabu, quando o município era o 5º distrito de Macaé, o poeta se considerava macaense e fez para a cidade muitos poemas. Joventino também foi um dos fundadores da “Casa do Poeta de Conceição de Macabu”. Filho de produtor rural, concluiu o primário enquanto trabalhava na lavoura. Ele lembra que, à noite, quando todos descansavam do dia de trabalho, “conversava com a poesia” e decorava os versos que mais tarde seriam registrados por sua filha. Participou de diversos festivais de poesia e recebeu homenagens da Câmara Municipal de Macaé, do Sesi, entre outras. “Ser um bom exemplo para as novas gerações. Querer sempre o bem do próximo e se doar. Este é o caminho para uma terceira idade feliz”, aconselhava.
Seu jovem deixou uma poesia “para quando não estiver mais aqui” intitulada “No campo santo onde já fiz minha morada”: Lá em Sant’ Ana eu já comprei um lote/ Para onde irão os meus restos mortais/ Se comparar o meu pequeno porte/ Todo aquele espaço é grande demais./ Lá em Sant’Ana tudo é diferente, Ninguém se mete com a vida da gente./ Já fui poeta,/Hoje não sou mais,/Não faço versos,/ Nem leio jornais. Lá de cima eu vejo,/ Toda aquela gente, as passeatas, até os carnavais,/Quando eu quiser dar o meu passeio/ Vou apanhar uma lancha lá...na Petrobras.