Foto: Ana Chaffin
Na abertura da cerimônia, os soldados desfilaram ao som da música Fibra de Heróis
O Forte Marechal Hermas comemorou 397 anos, na manhã desta terça-feira (16) com a presença de autoridades, ex-integrantes da tropa e coronéis da reserva. O coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM-Macaé), coronel Edmilson Jório, representou o prefeito de Macaé, Riverton Mussi. Também estiveram presentes o coronel comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar, Alnyr Ribeiro e o delegado da Capitania dos Portos de Macaé, Eduardo Gonzalez.
Na abertura da cerimônia, os soldados desfilaram ao som da música Fibra de Heróis, de Gerra Peixe, e entoaram a canção do Forte, em continência ao comandante da unidade, major Rafael Dellane Pires e os convidados especiais.
O coronel Edmilson Jório, representando o prefeito Riverton Mussi, que se encontra no município do Rio, por motivo das preparações para a manifestação contra a retirada dos royalties, lembrou que “o exército é uma instituição que preza pela manutenção dos costumes, memória e tradição”. Ele ressaltou que a importância das comemorações vai ao encontro do interesse de preservação das tradições. Para o coronel é importante, neste momento, recordar o compromisso social que o exército tem com a comunidade, junto à sociedade.
Como reza a história, a instalação da fortaleza, ocorrida a 16 de março de 1613, foi motivada pela necessidade da Coroa Espanhola de povoar a região. O Rei Felipe II da Espanha, país que detinha o domínio de Portugal (1580 a 1640), deu ordem para colonizar a região, sabendo que aventureiros ingleses ultimavam os preparativos para invadir e estabelecer uma colônia entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.
O major Rafael Dellane Pires, que dirige há dois anos o Forte Marechal Hermes, em seu discurso disse que “é impossível relatar a história de Macaé sem relacionar as inúmeras participações do Forte. São histórias que se confundem e se completam.” E afirma: “A colonização em Macaé e no norte fluminense, por exemplo, só ocorreu graças à segurança proporcionada após sua fundação, em 1613. Diversos militares contribuíram com Macaé, como o coronel Bellegarde, Engenheiro Militar, que fez o seu arruamento, na época em que ainda era Vila”, observou.
São quase quatro séculos de uma existência construída por inúmeras gerações de militares, com a participação de uma parcela significativa de jovens macaenses que serviram em uma Organização Militar de Artilharia das mais tradicionais do Exército Brasileiro.
Ainda, segundo a história, o objetivo da criação do Forte era combater o contrabando de pau-brasil, farto na região, particularmente no Arquipélago de Sant’Anna. Desta forma, o Governador Geral Gaspar de Souza estabeleceu um aldeamento com 200 índios na foz do Rio Macaé, em frente à Ilha de Santana, e outro semelhante, na foz do Rio Leripe, hoje Rio das Ostras.
Em entrevista, o major Dellane deu mais detalhes sobre o Forte. Em 1883, o presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, por ver que estavam obsoletos os canhões de mais de 200 anos, iniciou as obras de construção de um Forte na parte de cima (Bateria de Cima), inaugurada em 15 de abril de 1910, que deu origem ao Forte Marechal Hermes, dotado na época de canhões retirados do Cruzador Tamandaré, navio aposentado pela Marinha.
Em marcha, nas comemorações, somente duas mulheres – lembrando que semana passada, dia 8, o mundo comemorou o Dia Internacional da Mulher. Ainda são poucas em tropa. Mas as dentistas, Elaine e Vanessa afirmam que é muito prazeroso e tranquilo trabalhar no Forte. E todos têm respeito por elas, afirmam: “Mas teve que ocorrer adaptação no espaço. O Forte sempre foi estruturado para homens, banheiro e alojamento feminino tiveram que ser instalados”, diz a tenente Elaine.
Em 15 de abril o Forte comemora outra data: será um século da construção do prédio principal e da bateria dos quatro canhões.