Foto: Ana Chaffin
Alunos já fizeram uma rodada de debate pela manhã
Em virtude do aumento da violência atingindo a juventude brasileira, o município de Macaé desenvolve desde 2013 a ação "Fala Jovem", destinada aos alunos do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental matriculados na rede pública.
A finalidade é fazer com que os jovens vejam a si mesmos no contexto da violência. A ação, da Fundação Macaé de Cultura, estará presente na Escola EEM Polivalente Anízio Teixeira nesta terça-feira (26) às 15h30min, numa roda de bate-papo com os alunos. O Fala Jovem acontece de forma descontraída, em clima de perguntas e respostas. Durante o ano realiza cerca de 40 ações, atendendo às demandas das unidades escolares municipais.
- A ideia é trabalhar a cultura da paz, de modo a permitir que eles sejam protagonistas no processo para que possam contribuir com a redução da violência -, explica Zoraia Braz, gestora da Vice-Presidência de Promoção e Preservação da Igualdade Cultural e Racial do Município, responsável pela ação. O bate-papo com os alunos da Polivalente será orientado pela coordenadora pedagógica Sandra Brandão e pela produtora cultural, Yaisia Carolina, integrantes da Ceppir.
O Mapa da Violência 2015 apontou que 59% de mortes por armas de fogo registradas (24.882) são de pessoas na faixa de 15 a 29 anos. Em relação ao restante da população, a taxa de mortalidade dos jovens de 47,6 para cada 100 mil habitantes é mais do que o dobro do que o registrado para o restante da população.
Um dado relevante dentro desta abordagem diz respeito ao alto número de negros mortos. Segundo levantamento do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, que registra raça e cor das vítimas no país, morreram 142% mais negros do que brancos por armas de fogo em 2012. O total de vítimas negras foi de 28.946, contra 10.632 de pessoas brancas. A predominância foi de homens (94%), sendo 95% da faixa etária entre 15 e 29 anos.