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Café Literário lança livro de lembranças de Macaé

01/07/2008 16:58:34 - Jornalista: Marilene Carvalho

Os amantes da literatura tem um bom motivo para estarem presentes no Café Literário do Solar dos Mellos desta quarta-feira (2), quando será lançado o segundo livro publicado por Marcelo Schwob: Só eu sei a verdade do Verdugo – Lembranças de Macaé. O Café Literário é promovido pela secretaria municipal de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph) toda última quarta-feira do mês, e foi transferido para o início de julho devido ao mau tempo na semana passada. O evento será aberto às 20h, com a participação assídua e acolhedora do grupo poético Coro de Cigarras. O acesso é livre e aberto a toda comun

Carioca de Santa Tereza, Marcelo Schwob tem raízes macaenses pelo lado materno. Sua mãe, Zilá Rousseau Valença Schwob, foi uma das primeiras professoras a se formar no Liceu de Campos e por muitos anos lecionou no Grupo Escolar Mathias Neto, entre os anos 30 e 40. Engenheiro e escritor, desde a infância passava períodos de férias na casa dos avós (na rua Coronel Amado), e de sua tia (na Praça Washington Luiz). Os pais do escritor, Zilá e Jacques Pierre Simon Schwob (francês), se conheceram em Macaé, em 1947, onde, no mesmo ano, se casaram na Igreja Matriz, tendo morado na cidade nos primeiros anos de casados. Depois foram para o Rio de Janeiro e vinham com freqüência à Macaé. Viveram no Rio até o fim de suas vidas, mas foram enterrados no Cemitério de Santana.

As lembranças da cidade correspondem ao período da infância e adolescência vividas entre o início da década de 60 e final de 70. No livro, ele procura registrar a memória de seu tempo, mas também a que foi transmitida por parentes e amigos, tarefa em que foi ajudado por gente como Laurita Santos Moreira e Wilson Fadul. Para compor a obra, o autor pesquisou fontes da história remota da cidade e da região, com relatos de sua evolução social e econômica, recorrendo a livros de Armando Borges, Eduardo Bueno, Vilcson Gavinho, L. Frossard e outros.

Em seu livro, foram transcritas também mais de cem cartas e bilhetes, trocados entre pessoas da família ao longo do século XX, como forma de registrar a história do cotidiano local daquele tempo. Segundo o autor, o resgate da memória, sob todos os pontos de vista, é sempre muito importante como forma de valorizar a identidade do município, permitindo emergir a força cultural própria que o distingue das outras cidades.

Só Eu Sei a Verdade do Verdugo – Lembranças de Macaé é o segundo livro do autor. O primeiro – Quando o Brasil caiu em 1º de abril – foi lançado em dezembro de 2006, na UERJ, na semana de homenagem ao ex-presidente João Goulart após os 40 anos de seu falecimento. Construído após ampla pesquisa histórica, relativa ao aos anos 60, o livro propõe em forma de romance uma mudança na trajetória histórica do país, após o hipotético fracasso do Golpe de 64, traçando um novo rumo em que procurou avaliar as conseqüências políticas, econômicas e sociais sob o ponto de vista de um engenheiro que vivenciou os fatos, agindo como fio condutor do romance. Em suma, é uma tentativa de prospecção de um país que poderia ter existido, caso não tivesse ocorrido o Golpe Militar.