Foto: Moisés Bruno
Formação tem duração de dois meses e meio e carga horária de 160 horas
O perfil dos alunos que procuram os cursos de Corte e Costura se transformou nos últimos dez anos. Continua sendo um público majoritariamente feminino, mas não mais de pessoas que buscam se empregar em confecções. Agora são mulheres que pretendem fazer economia doméstica ou querem praticar uma terapia ocupacional. Os cursos são gratuitos e oferecidos também para públicos específicos, em comunidades de bairros periféricos, voltados para os moradores, ou ainda para idosos, ou para mulheres assistidas pela secretaria de Desenvolvimento Social.
O objetivo dessa formação não é apenas a geração de renda ou complementação do orçamento familiar, mas também a promoção da inclusão e integração social, recuperação da autoestima e manutenção da saúde. No final dos cursos, são promovidos desfiles para mostra das roupas produzidas pela turma, no qual as modelos são as alunas de todas as idades e manequins.
- As alunas são assíduas e interessadas. Elas ficam muito satisfeitas com o curso, porque a confecção de peças de roupas para si ou para a família gera uma boa economia. Para as idosas, por exemplo, com as quais trabalhei, de agosto a outubro, no Centro de Referência do Idoso, na Ajuda, percebi que esta atividade fez muita diferença para a melhoria de sua qualidade de vida -, disse a instrutora do Centro de Educação Tecnológica e Profissional (Cetep), desde 2010, e há 25 anos ensinando Corte e Costura em fábricas, Edna Maria Nunes Dias.
- Pela minha idade, procuro uma atividade para não ficar ociosa. Tive dois filhos, que saíram recentemente de casa. Mas estou bem, porque tenho essas aulas. Além disso, economizo fazendo minhas roupas. Sou aposentada e posso precisar de uma renda extra, que vou conquistar com este ofício -, destacou a moradora do Jardim Santo Antônio, 57 anos, que fez o curso básico e o intermediário no Cetep -, Vilma Vilasco.
Mas como toda regra tem suas exceções, outras pessoas procuram o curso de Corte e Costura para se colocarem ou para ampliar seu espaço no mercado de trabalho. É o caso de Missimaira Nunes, 31, moradora da Ajuda de Baixo. Ela havia concluído o curso básico na Bahia e já tem uma clientela em seu bairro para serviços de costura. "Decidi me aperfeiçoar, fazendo o intermediário para atender melhor meus fregueses e ampliar meus negócios", afirmou.
A formação tem duração de dois meses e meio e carga horária de 160 horas, que incluem os módulos empreendedorismo, associativismo e cooperativismo. De acordo com o diretor-presidente do Cetep, Lenilson Guimarães, a meta é abrir turmas de cursos avançados, incluindo Costura Industrial. "Para isso estamos nos equipando e em processo de parceria com confecções locais", ressaltou.