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Eco Cidadão representa o Brasil em cerimônia no Parlamento Europeu

03/06/2008 16:03:31 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

O Programa Eco Cidadão representou o Brasil, Macaé e a região na cerimônia de entrega do Prêmio Energy Globe 2007, que aconteceu na noite de 26 de maio, no Parlamento Europeu. Escolhido, pelo segundo ano consecutivo, o vencedor da categoria Brasil, o Eco Cidadão enviou a Bruxelas, capital da Bélgica, a coordenadora Marielza Cunha Horta, que vestiu um traje em homenagem às riquezas naturais do País.

Com transmissão da TV Gala para três bilhões de lares no mundo, a festa foi prestigiada por Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, por Maneka Ghandi, ex-ministra de Meio Ambiente da Índia, pelo ator indiano Aamir Khan, pelo ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e pelas cantoras Dionne Warwick e Alanis Morissette, e ainda pelos presidentes do Parlamento Europeu, o alemão Hans-Gert Pöttering, e da Comissão Européia, o português José Manuel Barroso.

No dia seguinte à cerimônia, os convidados participaram de uma conferência para discutir a importância da conscientização crescente da sociedade e de melhores práticas como ferramentas essenciais para que a eficiência energética seja alcançada. Promovido pela União Européia, o Energy Globe premia iniciativa sustentáveis e originais desde 1999. “O reconhecimento fortalece nossos propósitos e a causa em que acreditamos e atuamos. Compartilho a honra deste prêmio com todos aqueles que, apesar das dificuldades e resistências enfrentadas, conquistam avanços e não desanimam”, afirma Marielza.

O prêmio do Eco Cidadão foi entregue à Marielza Cunha Horta por Maneka Ghandi, nora de Indira Ghandi, senadora da Índia e ex-ministra do Meio Ambiente do seu país. Na entrega do prêmio, Maneka Ghandi colocou que o Eco Cidadão “foi um dos trabalhos que mais gostou dos que foram apresentados. O Eco Cidadão é um dos projetos líderes para salvar o planeta. Esses trabalhos em pequena escala são os que movimentam as mudanças”.

O brasileiro Lamarck de Oliveira, da LRB, uma empresa de energia solar alemã, fez questão de cumprimentar a conterrânea, dizendo que a maior emoção dele “foi ver uma brasileira recebendo um prêmio no Parlamento Europeu”. MIkhail Gorbachev também cumprimentou a brasileira, com as palavras; “Somos todos passageiros de um navio chamado Terra”.

O ex-secretário geral da ONU e presidente do Fórum Global Humanitário, Kofi Annan, fez um alerta, ouvido atentamente por todos os presentes, como informou Marielza: “Parem de gastar energia como se não houvesse amanhã. Custará muito menos diminuir as emissões agora do que pagar mais tarde pelas conseqüências”. O presidente do Parlamento Europeu, Hans- Gert Pöttering parabenizou o Eco Cidadão pelo trabalho, colocando que a meta da União Européia é 20% de eficiência energética até 2020.

Marielza Cunha Horta diz que ficou honrada e estimulada a continuar o trabalho sendo homenageada por líideranças mundiais, que reconheceram os esforços e a importância do Eco Cidadão, valorizando os esforços da coordenadora do Programa, por trabalhar fora do município de sua residência. “Esses exemplos mostram que a coerência e a tenacidade são fundamentais para que o trabalho continue”, disse Pöttering.

- Isso nos estimula a continuar, vencendo as barreiras para levar o nome do Brasil, Macaé e região a outros lugares, mesmo enfrentando barreiras”, disse a coordenadora do Eco Cidadão.

O Eco Cidadão

No ano passado, o Eco Cidadão foi premiado por causa do projeto Preservar o Rio Macaé: Ação de todos. Desta vez, o programa venceu a categoria Brasil em razão do Cultivar plantas, cultivar paz, cujo objetivo principal é transformar espaços ociosos e degradados em áreas verdes, produtivas e seguras. O projeto é um dos dois únicos trabalhos desenvolvidos na América do Sul a fazer parte do programa Cidades cultivando para o futuro, executado em nível global por três instituições: a Fundação RUAF, da Holanda; o Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (Ipes), do Peru; e o Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento Internacional (IDRC), do Canadá.

A iniciativa conta com seis hortas comunitárias, sendo cinco em Macaé e uma em Carapebus, ambos os municípios no Norte Fluminense. A gestão é coletiva e envolve diretamente mais de 300 pessoas, entre alunos de escolas municipais, idosos, portadores de sofrimento mental e mulheres de baixa renda. Os participantes aprendem a adotar práticas agroecológicas e a realizar a gestão dos resíduos sólidos e das águas. O Eco Cidadão promove oficinas práticas e teóricas sobre cidadania participativa, agricultura orgânica, educação para o consumo alimentar, culinária de soja, preservação ambiental, pronto-socorro verde e organização comunitária, entre outros temas. O programa ensina até receitas de remédios caseiros contra pragas e repelentes para combater insetos.

Criado há 11 anos, o Eco Cidadão vem tendo o seu trabalho reconhecido pela comunidade internacional desde 2002, quando ficou ente os 40 finalistas do Prêmio Internacional de Dubai para Melhores Práticas, promovido pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat). A iniciativa ainda receberia outros três prêmios da ONU. Em dezembro de 2003, o Eco Cidadão foi homenageado pelo Programa de Gestão Urbana (PGU) com diploma em reconhecimento aos avanços obtidos em Macaé. Oito meses depois, participou do Fórum Universal das Culturas de Barcelona como um dos 42 projetos no mundo que mudaram a realidade das cidades. A premiação mais recente aconteceu em 2006, ano em que recebeu o título de Good Practice (Boa Prática) por parte do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat).