Em uma espécie de ‘vacinação’, com o objetivo de que crianças e adolescentes sejam prevenidos para evitar envolvimento com o mundo das drogas, o pastor Cláudio Quintes Campos coordena o projeto de prevenção primária Escolinha Vida Ativa. São aulas de surfe, skate, tae kwon do, grafite, bodyboard e jiu-jitsu. São 800 alunos inscritos, com idades entre sete e 18 anos. A prefeitura de Macaé apóia o projeto por intermédio do Fundo Municipal Anti-Drogas (Fundmad).
As aulas de skate são realizadas todas as segundas e quartas-feiras, entre 15h e 17h, no Skate Parque, do Parque da Cidade. Segundo o professor Leandro Lourenço Silva – profissional de skate e monitor voluntário do projeto Vida Ativa - o esporte é uma ferramenta de inclusão social, utilizado para atrair crianças e adolescentes, a fim de conscientizá-los sobre os perigos das drogas.
Leandro faz diversas analogias para melhor esclarecer seus alunos sobre as principais metas do projeto Vida Ativa: tentar manter crianças e jovens longe dos perigos das drogas e promover harmonia e equilíbrio em todas as esferas de suas vidas, por meio do esporte.
São quase 60 alunos de skate, que além de buscar evolução nas manobras radicais, inclusive utilizando a rampa, recebem diversas orientações de Leandro. Por exemplo, ele conversa com eles durante as aulas que da mesma forma que no skate, onde se levam tombos, as pessoas devem se levantar após as quedas ocorridas em diversas fases de suas vidas.
Outra comparação ministrada pelo monitor refere-se ao fato de que na vida os capacetes de proteção, devidamente utilizados pelos alunos no Skate Parque, são os pais, a família, o lar. “A transparência familiar é fundamental para a felicidade e a segurança do ser humano”, assegura Leandro.
- As pessoas devem seguir um padrão social bem direcionado. As drogas atrapalham essa realização, deixando seqüelas nos estudos, destruindo valores e princípios e possibilitando perdas incomensuráveis na vida das pessoas que rumam nas veredas da utilização de substâncias psicoativas – conta Leandro.
O professor de skate também faz comparação entre os skatistas que não conseguem desenvolver as habilidades do ato de deslizar nas pranchas quando estão muito próximos uns aos outros e o skatista que, desvencilhado e livre, anda entrosado, fazendo as manobras que deseja. “Da mesma forma, andar junto a determinadas companhias atrapalha a felicidade e a desenvoltura, inclusive, isso pode levar às correntes da negatividade”, ensina.
O aluno Adilson da Silva Junior, de 12 anos, que estuda a quarta série do Colégio Municipal Professora Sandra Maria de Oliveira Araújo Franco, disse que aprendeu nas aulas que o equilíbrio é importante não só na arte de andar de skate, como também em todas as áreas da vida, como a familiar e a estudantil. “Além disso, a prática do esporte me livrou do tempo ocioso, quando ficava em casa apenas assistindo televisão, a qual tem muitas cenas de violência”, analisa.
Já Fábio Nascimento de Souza, de 12 anos, aluno da Escola Estadual Primeiro de Maio, afirmou que está gostando de fazer manobras, como descer a rampa. “Também aprendi a cultivar o respeito às pessoas e aos meus pais”, pontua ele.